A Gol (GOLL4) discute com seus credores diversas opções “que tragam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar as operações”, informou a empresa aérea, em nota, após o Estadão/Broadcast questioná-la sobre a possibilidade de pedir recuperação judicial no curto prazo.
Na segunda-feira (16), as ações da Gol encerraram o pregão em queda de 6,05%, cotadas a R$ 7,14, com o mercado repercutindo a notícia veiculada pela coluna Painel S.A, do jornal Folha de S. Paulo, de que a companhia aérea estaria cogitando pedir recuperação judicial nos Estados Unidos em, no máximo, um mês.
Segundo a publicação, pessoas que participam das conversas afirmam que aderir ao Capítulo 11 da lei norte-americana de falências é mais vantajoso do que pedir recuperação judicial no Brasil, acrescentando que lá, as regras são previsíveis.
Além disso, abririam-se, por exemplo, mais possibilidades de financiamento no exterior.
Mesmo assim, diz a coluna, os arrendadores consideram haver risco porque, diferentemente da Latam, a Gol possui uma presença menor nos EUA. O processo poderia ser recusado, o que levaria a companhia a gastar mais tempo e dinheiro para, ao fim, terminar abrindo um processo no Brasil.
A Folha de S. Paulo pontua, ainda, que vários consultores e advogados foram contratados. A Abra, holding que é fruto da junção com a colombiana Avianca e que controla a Gol, contratou o escritório Pinheiro Guimarães Advogados.
Já a Gol conta com a assessoria de Milbank, Lefosse e TWK, além da Seabury Capital, contratada no fim do ano passado.
Caso seja confirmada a recuperação judicial da Gol nos EUA, a companhia aérea seguirá o mesmo caminho da Latam, que em maio de 2020, foi ao Tribunal de Falências de Nova York (EUA). Em 2022, concluiu seu processo de reestruturação.
Gol (GOLL4): oferta total de voos cai 8,1% em dezembro; demanda registra queda de 2,5%
A oferta total de voos (ASK) da Gol caiu 8,1% em dezembro na comparação com o mesmo período de 2022, enquanto a demanda total (RPK) teve baixa de 2,5%, segundo a prévia operacional divulgada ao mercado no início do mês.
No mês passado, a taxa de ocupação total alcançou 82,7%, uma alta de 4,8 ponto percentual (pp) na base anual. O número total de assentos, por sua vez, caiu 8,6% em dezembro ante o mesmo mês de 2022, enquanto o de decolagens caiu 10%.
Mercado doméstico total da Gol (GOLL4)
A oferta de voos domésticos da Gol teve queda de 8,6%, assim como a demanda, que caiu 4,6% em dezembro na comparação anual. Já a taxa de ocupação atingiu 82,1% no mês passado, volume 3,4 pp maior na mesma base de comparação. No período, as decolagens da Gol caíram 10% e o total de assentos, caiu 8,6%, ambos na base anual.
No mercado internacional, a oferta de voos da Gol caiu 3,8% em dezembro ante o mesmo intervalo do ano anterior, enquanto a demanda subiu 17% na mesma base de comparação de 2022. Em dezembro, a taxa de ocupação foi de 86,8%, uma elevação de 15,4 pp na base anual. Já as decolagens e o total de assentos tiveram baixa de 9,4% e 9,1% ante igual período de 2022, respectivamente.
O último trimestre de 2023 da Gol se mostrou mais favorável do que o mês de dezembro. No 4T23, a oferta total da empresa caiu 5,7% e a demanda teve queda de 1,1%, ambos na base de comparação com o mesmo período de 2022. Ainda na base anual, a taxa de ocupação da Gol foi de 84% no trimestre, uma alta de 3,9 pp. No trimestre, as decolagens e o total de assentos tiveram retração de 4,8% e 3,7%, nesta ordem, ante o mesmo intervalo do ano anterior.
Desempenho das ações da Gol
Cotação GOLL4