A Gol (GOLL4) teve prejuízo líquido de R$ 1,71 bilhão no terceiro trimestre de 2020, aprofundando as perdas de R$ 242 milhões vistas no mesmo período do ano passado. No entanto, a empresa mostrou melhora nos resultados operacionais em relação ao trimestre anterior e fez previsões positivas para o final do ano, prevendo retomada da demanda por viagens daqui para frente.
No terceiro trimestre, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi negativo em R$ 204 milhões, revertando um Ebitda positivo de R$ 1,14 bilhão um ano antes. A receita operacional líquida da empresa foi de R$ 974,9 milhões, queda de 73,7% na comparação anual.
A receita obtida com o transporte de passageiros recuou 74,9% no trimestre, para R$ 879 milhões. Já a receita com transporte de cargas e outros caiu 54,1% e somou R$ 95,9 milhões.
Demanda cresceu ante o trimestre anterior
O número de Passageiro-Quilômetro Transportado Pago (RPK) diminuiu 72% comparativamente ao terceiro trimestre, totalizando 3,2 bilhões de RPKs. No entanto, houve um aumento de 63% em RPK de julho a setembro.
Ao mesmo tempo, o indicador Assento Quilômetro Ofertado (ASK) reduziu 70% em relação ao ano anterior, entretanto cresceu 59% dentro do trimestre.
A companhia transportou 2,6 milhões de clientes no trimestre, uma diminuição de 73% versus o terceiro trimestre de 2019. Na comparação com o trimestre anterior, houve evolução de 300%. De acordo com o diretor-presidente da Gol, Paulo Kakinoff, este número mostra uma recuperação considerável.
“Os resultados promissores do terceiro trimestre refletem o retorno dos passageiros aos céus no Brasil e a nossa confiança nos diferenciais competitivos da GOL”, afirmou no release de resultados.
Indicadores de liquidez
A Gol terminou o terceiro trimestre com R$ 2,2 bilhões em liquidez. Segundo a empresa, os principais vencimentos de dívida de capital de giro e financiamentos de investimentos de curto prazo (Capex) foram reprogramados com os bancos.
A empresa pagou R$ 2,58 bilhões em dívidas no trimestre. A relação entre dívida e Ebitda ajustado ficou em 4 vezes. Um ano antes, era de 2,4 vezes. A dívida líquida era de R$ 14,14 bilhões ao final do trimestre, aumento de 50,3% ante o mesmo trimestre de 2019.
Para o quarto trimestre, a empresa prevê consumo líquido de caixa da ordem de R$ 3 milhões por dia, decorrente de investimentos para trazer aeronaves de volta à operação até o final do ano.
Perspectivas da Gol
A empresa prevê aumento de 100% de capacidade no quarto trimestre em relação ao terceiro trimestre. Em outubro de 2020, a companhia operou aproximadamente 376 voos diários (53% do mesmo período de 2019), atingindo picos de 500 voos diários, atendendo 95% do mercado.
Ao final de dezembro de 2020, a Gol espera restabelecer o mercado doméstico operado do período pré-pandemia, o que representa cerca de 80% da capacidade total de 2019.
A Gol espera terminar o mês de dezembro com uma média de 94 aeronaves operando na malha, representando mais de 75% da frota operacional no mesmo período do ano passado, mantendo a consistência de sua taxa de ocupação de aproximadamente 80% no trimestre.
Além disso, a Gol espera encerrar o quarto trimestre com R$2,4 bilhões em liquidez e R$13,1 bilhões em dívida líquida ajustada.
No quarto trimestre, a companhia estima operar uma frota média de 92 aeronaves, que representará 78% da frota média operada no mesmo trimestre do ano passado. Espera-se que a receita do trimestre aumente cerca de 130% em relação ao trimestre anterior.
As despesas totais no quarto trimestre devem diminuir em cerca de 16%, decorrentes das iniciativas de redução de custos, menores capacidade e consumo de combustível, de acordo com a Gol.