Gol (GOLL4) corta prejuízo pela metade no 2T21; perda atinge R$ 1,2 bilhão
A Gol (GOLL4) obteve um prejuízo líquido de R$ 1,2 bilhão no segundo trimestre deste ano, cortando mais do que pela metade as perdas de R$ 2,5 bilhões do primeiro trimestre deste ano. O resultado foi divulgado na manhã desta quinta-feira (29).
O prejuízo da Gol, contudo, aumentou 56,2% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, quando as perdas haviam sido de R$ 771,8 milhões. Esse número exclui variações cambiais e monetárias, além de despesas líquidas não recorrentes, e ocorrem após a participação de minoritários.
A receita operacional líquida da companhia totalizou R$ 1,02 bilhão no período, avanço de 187,4% em 12 meses. Contudo, os custos e despesas operacionais cresceram 46,5%, para R$ 1,83 bilhão.
As maiores linhas nesse sentido vieram da despesa com pessoal, que saiu de R$ 153,2 milhões para R$ 469,7 milhões no segundo trimestre deste ano; e o gasto com combustível de aviação, que subiu 177%, para R$ 376,2 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 466,6 milhões. Com isso, a margem operacional foi de -78,8%, ainda assim uma melhora de 172 pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ano passado.
O número de passageiro-quilômetro transportado pago (RPK) aumentou 344% em comparação ao mesmo período de 2020, atingindo 3,4 bilhões. Esse patamar ainda é 63% menor em comparação ao segundo trimestre de 2019, ainda no pré-pandemia.
O assento quilômetro ofertado (ASK) cresceu 307% em comparação ao segundo trimestre do ano passado. Já o número de clientes transportados também teve um aumento expressivo, de 366%, em 12 meses, para 2,9 milhões.
Gol aponta resiliência do mercado brasileiro
A administração da empresa apontou três temas relevantes no segundo trimestre. O primeiro deles diz respeito à resiliência do mercado brasileiro de viagens aéreas.
“A demanda por transporte aéreo está se recuperando mais rapidamente em função da consistente queda nos casos e fatalidades de Covid-19“, disse a Gol em comunicado. “Esse progresso na vacinação é promissor para a recuperação contínua da economia doméstica.”
Outro destaque diz respeito à gestão disciplinada do yield da Gol, equilibrando a capacidade e demanda no segundo trimestre.
Isso ajudou a Gol a consumir menos caixa no trimestre. No segundo trimestre deste ano, as atividade operacionais consumiram R$ 56,4 milhões, contra R$ 915,9 milhões de consumo no mesmo período do ano passado.
Previsões para 2021
Em comunicado, a Gol também revelou as suas previsões para o restante do ano. No terceiro trimestre, a companhia espera que o número de rotas domésticas atendidas suba para 133. O ano deve terminar com 168 rotas operacionalizadas.
A taxa de ocupação no segundo trimestre deve ficar em 82%, e a média do segundo semestre, segundo a Gol, pode ser de 80%. A estimativa para o ASK Total no terceiro trimestre é de 7,3 bilhões, enquanto para o segundo semestre é de 17,2 bilhões.
A receita operacional líquida projetada para o terceiro trimestre é de R$ 1,8 bilhão, enquanto o faturamento compilado do segundo semestre deve ficar em R$ 5,4 bilhões. O Ebitda deve ficar em R$ 400 milhões e R$ 1,7 bilhões, respectivamente.
Segundo a Gol, a dívida líquida deve encerrar o ano em 15,3 vezes. Isso perfaz uma alavancagem financeira, medida pela relação entre o endividamento e Ebitda, na ordem de 3 vezes.