Gol (GOLL4): Paulo Kakinoff deixa comando da aérea em meio à criação de holding

A Gol (GOLL4) anunciou que seu Diretor-Presidente, Paulo Kakinoff, fará a transição de seu cargo tornando-se membro do Conselho de Administração. A companhia noticiou a mudança por meio de comunicado ao mercado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), arquivado na manhã desta segunda-feira (16).

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Além da mudança citada, a Gol também tornará o Vice-presidente de Operações, Celso Ferrer, o sucessor de Paulo Kakinoff enquanto Diretor-Presidente. Ferrer ocupará o cargo já a partir de 1º de julho de 2022.

Kakinoff liderava a companhia aérea a companhia desde meados de 2012, “período pelo qual passou por momentos de grande turbulência do setor e transformou a experiência do Cliente GOL”, disse a empresa em comunicado.

Por outro lado, Ferreringressou na empresa aérea em 2003, e ocupou cargos como Vice-presidente de Planejamento e Vice-presidente de Operações.

Além disso, Ferrer também também é um piloto de aeronaves Boeing 737. É formado em economia pela Universidade de São Paulo, em relações internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e possui MBA pelo INSEAD.

A mudança se dá em meio a uma criação de uma holding que inclui a Gol e a Avianca. Chamada de Grupo Abra, a companhia pode catapultar a Gol para fora da bolsa de valores brasileira.

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Com a mudança societária na Gol (GOLL4), a companhia pode sair da bolsa ao criar uma holding para ser uma ‘megacompanhia’ aérea. A mudança pode implicar em uma remuneração aos acionistas sobre o preço da ação, já que a aérea pode sair da bolsa.

“Quando é um caso de aquisição da companhia, o novo ‘dono’ costuma fazer uma oferta pública de aquisição de controle, ou seja, esse novo dono recompra e retira as ações do mercado. Porém, nesse caso, não haverá alienação (venda) ou transferência de controle acionário, ou seja, não haverá a obrigatoriedade dessa oferta. Com isso, o investidor deve aguardar os próximos passos em relação ao fechamento do negócio”, explica Fabio Louzada, economista e analista CNPI.

Após o fechamento do negócio, investidores se comprometeram a investir até US$ 350 milhões em ações do Grupo Abra.

A Gol e a Avianca fecharam um acordo para criar o Grupo Abra, mirando ser “um grupo líder em transporte aéreo na América Latina”, conforme comunicado oficial.

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Além das duas companhias, o novo grupo terá participação nas empresas Viva, da Colômbia, e Sky Airline, do Chile.

Segundo a Ativa Investimentos, o movimento da Gol é positivo pois:

  1. a Avianca detém participações não-controladoras na Viva, aérea colombiana e na Sky, aérea chilena, o que pode permitir que Gol amplie a sua malha na América Latina, permitindo inclusive que as companhias avaliem melhor os destinos atuais e possíveis adições futuras
  2. A fusão proporcionará escala à operação da Gol, o que pode proporcionar melhora da sua eficiência em custos
  3. A criação da holding concentrará as dívidas das empresas, o que pode afetar positivamente o perfil financeiro com a obtenção de melhores condições de refinanciamento dos valores envolvidos.

Entenda a ‘quase fusão’ da Gol

Gol (GOLL4) e a Avianca fecharam um acordo para criar a holding Grupo Abra, mirando ser “um grupo líder em transporte aéreo na América Latina”. Tanto a Gol quando a Avianca manterão suas operações independentes, ou seja, a mudança não irá alterar a operacionalização das empresas na ‘ponta’ – só tornará as duas controladas por um mesmo grupo e quadro societário.

“O Abra fornecerá uma plataforma para que as companhias aéreas reduzam ainda mais os custos, obtenham maiores economias de escala, continuem a operar uma frota de aeronaves de última geração e expandam suas rotas, serviços, ofertas de produtos e programas de fidelidade”, diz o comunicado.

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Ainda de acordo com o documento, “o Grupo Abra será co-controlado pelos principais acionistas da Avianca e pelo acionista controlador da Gol, além de ser liderado por executivos com larga experiência em transporte aéreo, em atuação regional, longa trajetória de empreendedorismo e construção de marcas e um histórico comprovado de crescimento e transformações bem-sucedidas de companhias aéreas”.

Segundo o comunicado da criação da holding, na dança das cadeiras do grupo, Roberto Kriete será o presidente do Grupo, pois, segundo o Abra, ele “transformou a Taca na principal companhia aérea da América Central, na década de 1980, e fez a fusão com a colombiana Avianca Airlines em 2009. Ele também fundou, em 2006, a Volaris, principal companhia aérea mexicana”.

Já Constantino de Oliveira Junior, da Gol, será o CEO do grupo, por ser o ‘pioneiro do low cost (baixo custo)’ na região. “Junto com as aquisições de VRG, em 2007, e Webjet, em 2011, ele conduziu seu crescimento para uma posição de liderança no mercado.”

Por sua vez, o atual presidente e CEO da Avianca, Adrian Neuhauser, será co-presidente do Grupo Abra. O executivo se juntará a Richard Lark, atual CFO da Gol, nessa função. Os dois executivos serão co-presidentes do grupo e manterão suas funções nas respectivas companhias.

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Eduardo Vargas

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