Moody’s rebaixa rating da Gol (GOLL4) com perspectiva negativa

A Moody’s rebaixou seu rating da Gol (GOLL4) de Caa2 para Ca, com perspectiva negativa. A agência de classificação de risco comunicou a decisão nesta quarta-feira (31).

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A Moody’s diz que, após suas ações de hoje, os ratings da Gol, Gol Equity Finance, Gol Finance e Gol Finance (LuxCO) serão retirados em breve, como consequência do fato de a empresa ter entrado com pedido de recuperação judicial (“chapter 11”) nos Estados Unidos.

A Moody’s diz que o passo da Gol nos EUA é resultado de uma queima de caixa acumulada e da alta alavancagem da empresa, derivada de juros elevados, de aeronaves Boeing MAX em solo e dos efeitos da pandemia, que levaram a um enfraquecimento no perfil de liquidez e a uma estrutura de capital “insustentável”.

A agência de classificação de risco ainda afirma que a perspectiva negativa reflete a visão de um período prolongado de recuperação para a Gol, como parte da reorganização e de sua “flexibilidade financeira limitada”, o que poderia levar a perdas maiores que o previsto para os credores segurados e não segurados.

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Gol BB-BI vê risco de diluição na companhia e rebaixa recomendação para venda

Após a Gol dar os primeiros passos com sua recuperação judicial nos EUA na última semana, analistas do BB-BI emitiram relatório destacando que o risco de diluição na companhia é um “ponto chave”.

Na mesma toada, a casa passou a recomendar venda para as ações da Gol. Atualmente o preço-alvo é de R$ 5,32, ao passo que os papéis negociam a cerca de R$ 5,20 no pregão desta segunda (29).

A tese é de que apesar de os movimentos recentes da companhia aérea serem protetivos e visarem solucionar problemas financeiros, o custo para os acionistas deve ser alto.

Segundo o BB-BI, a dívida da Gol é de cerca de R$ 20 bilhões – com R$ 3 bilhões vencendo já no curto prazo – ao passo que a empresa tem R$ 900 milhões em caixa.

Nesse cenário, considerando a magnitude dessa proporção e o histórico de recuperações judiciais de aéreas, há uma possibilidade concreta de que a dívida seja convertida em ações.

“Em um cenário base onde o controlador (ABRA), que possui cerca de US$ 1,2 bilhão em títulos de dívida, realize tal conversão, estimamos um fator de diluição acima de 60% para os acionistas correntes, com preço-alvo de R$ 2,40”, explica o BB-BI.

“Por isso, acreditamos que a relação risco/retorno neste momento é desfavorável para o investidor e, para evitar destruição de valor, sugerimos a saída do papel. Alteramos nossa recomendação de Gol para venda, com preço-alvo de R$ 2,40 para o final de 2024 ou até que novas informações referentes ao processo sejam disponibilizadas e tenhamos visibilidade para incorporar ao nosso modelo”, completa.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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