A Gol (GOLL4) registrou no quarto trimestre de 2020 um lucro líquido de R$ 16,8 milhões. Apesar de registrar uma melhora na comparação com os trimestre anteriores, o número ainda foi 95,2% menor do que o registrado no mesmo período de 2019.
No consolidado do ano, o prejuízo líquido da Gol foi de R$ 5,9 bilhões, muito maior do que o déficit de R$ 117,3 milhões do ano imediatamente anterior. A setor aéreo foi um dos mais impactados pela pandemia da Covid-19, com restrições a viagens sendo impostas no mundo todo e com as pessoas optando por ficar em casa.
A receita líquida da Gol saiu de R$ 3,8 bilhões no último trimestre de 2019 para R$ 1,8 bilhões no de 2020, queda de 50,3%. Apesar disso, a companhia aponta para a melhora do cenário na comparação trimestral: foram 5,2 milhões de passageiros transportados entre outubro e dezembro, o dobro do que foi registrado entre julho e setembro. A receita, apesar do recuou na base anual, avançou 94% na base trimestral.
A Gol conseguiu ainda diminuir as suas despesas operacionais no quarto trimestre, que ficaram em R$ 2,210 bilhões, recuou de 50,3% na base anual. O corte de gastos foi impulsionado, principalmente, pelas menores despesas com pessoal e com combustível que retrocederam, respectivamente, 46% e 51,6%.
Apesar da baixa operacional, a Gol conseguiu ficar no azul no quarto trimestre por conta do seu resultado financeiro, que foi positivo em R$ 401,8 milhões.
Dívida cresce e Gol não vê melhora de cenário no primeiro trimestre de 2021
O Ebitda no quarto trimestre foi de R$ 132,8 milhões, recuo de 90,9%. No ano, o número foi de R$ 1,98 bilhão, retrocedendo 85,2%.
A Gol fechou 2020 com R$ 2,6 bilhões em caixa, R$ 334 milhões a mais do que no fim de 2019. A dívida líquida, entretanto, saiu de R$ 9,08 bilhões para R$ 12,9 bilhões, crescendo 42,7%. A alavancagem da companhia, medida pela relação da dívida líquida com o Ebitda, saiu de 3,1 vezes no final de 2019 para 6 vezes.
Para o início de 2021, a Gol projeta um resultado pior do que o visto no último trimestre de 2020, com a receita em R$ 1,9 bilhão no fim do primeiro trimestre e a dívida líquida crescendo para R$ 14,3 bilhões.