Gol (GOLL4) tem R$ 1,3 bilhão em dívidas trabalhistas pendentes
A Gol (GOLL4) tinha um total de US$ 269 milhões, ou cerca de R$ 1,3 bilhão, em dívidas trabalhistas pendentes em 25 de janeiro, data da petição do seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. O valor consta em documentos apresentados à Justiça norte-americana.
A maior parte dessa dívida da Gol diz respeito às obrigações fiscais sobre a folha de pagamento, como INSS e FGTS, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Essa parcela, na data da petição, correspondia a US$ 174 milhões. Já em relação às compensações a trabalhadores, a exemplo do adicional noturno e adicional de periculosidade, a conta chegava a US$ 25 milhões.
De acordo com a Gol, tais valores são referentes às dívidas contraídas pela companhia aérea durante a pandemia. “O Brasil, comparado com os países da região, ainda mais com Europa e Estados Unidos, foi o único que não teve ajuda de refinanciamento por parte do governo neste período”, disse a empresa em nota.
A companhia também destaca que não realizou demissões em massa durante o período e que “não deixou de arcar com tributos sobre a folha de pagamento de seus colaboradores, tendo realizado tais contribuições de maneira parcelada, até a presente data”.
Endividamento da Gol chega a R$ 20,1 bilhões no 4T23
Em fato relevante divulgado no último dia (29), a Gol (GOLL4) informou que encerrou o quarto trimestre de 2023 com endividamento de R$ 20,176 bilhões, praticamente estável em relação ao trimestre anterior, quando o indicador registrou R$ 20,227 bilhões (queda de 0,25%).
Ainda de acordo com a Gol, os ativos, segundo dados não auditados, somavam R$ 16,832 bilhões no período em questão, e o patrimônio líquido estava negativo em R$ 23,350 bilhões.
No último dia 25, a companhia aérea entrou oficialmente com um pedido recuperação judicial nos Estados Unidos, em procedimento chamado de Chapter 11. No dia seguinte, a Justiça de Nova York autorizou a solicitação.
O processo de recuperação judicial da Gol iniciado nos EUA inicia com um compromisso de financiamento de US$ 950 milhões, na modalidade debtor in possession (“DIP”) por membros do Grupo Ad Hoc de Bondholders da Abra – holding que controla a Gol – e outros detentores de bonds da Abra.