A Gol (GOLL4) divulgou nesta segunda-feira (7) que registrou aumento de 35% na demanda total por voos no mês de fevereiro.
A oferta total (ASK) da companhia aumentou em 35,8%, resultando em uma taxa de ocupação de 80,3%. O total de assentos cresceu em 37,8% e o número de decolagens evoluiu 37,1%.
Outro índice que cresceu foi o da demanda total (RPK), com alta de 35,0%, e a taxa de ocupação, que avançou 80,3%.
No mercado doméstico, a oferta (ASK) da Gol aumentou 31,2% e a demanda (RPK) subiu 30,9%. A taxa de ocupação doméstica da companhia foi 80,7%. O volume de decolagens aumentou 34,9% e o total de assentos cresceu 35,7%.
Ações da Gol desabam
As ações da Gol fecharam com queda de 17,36%, cotadas a R$ 12,28, na esteira da alta do petróleo, que afeta as empresas aéreas. Nos últimos 12 meses, os ativos acumularam queda de 32,40%.
O setor de aviação vem sendo fortemente afetado pela escalada do preço do barril do petróleo decorrente de um possível novo embargo do governo americano ao petróleo russo, segundo a equipe da Ativa Investimentos.
O petróleo superou na madrugada de hoje a marca de US$ 130 por barril, com o do tipo Brent se aproximando de US$ 140, refletindo novos ataques da Rússia à Ucrânia e acirramento da discussão no Congresso americano sobre possíveis embargos à commodity russa. No entanto, diminuiu o ritmo de alta – da faixa de 9% a 10% para quase 3% -, em meio a informações de que a Rússia anunciou um novo cessar-fogo e a abertura de corredores humanitários.
“Óbvio que é bom para empresas petrolíferas. Só que chega em um momento em que os preços de energia nesses níveis provoca destruição de demanda enorme”, afirma o fundador e CEO da Ohmresearch, Roberto Attuch Júnior.
Os preços do petróleo atingiram níveis não vistos antes da crise financeira de 2008, enquanto o setor de energia se fazia a outrora inimaginável questão: como lidar com o quadro se não houver petróleo da Rússia.
Operadores de petróleo se preparavam para problemas imediatos nos mercados de energia, caso as empresas do Ocidente recebam ordem de desistir do petróleo da Rússia, terceiro maior produtor global, após EUA e Arábia Saudita, e buscar alternativas.
Antes da guerra, as exportações da Rússia de petróleo e refinados atendiam cerca de 7,5% da demanda mundial por petróleo. Mas após o presidente Vladimir Putin invadir a Ucrânia no fim de fevereiro, muitas refinarias deram uma pausa nas importações. Elas enfrentam dificuldades para conseguir financiamento e navios-tanque para cargas de petróleo russo, e temem danos à reputação, além de sanções.
De acordo com Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, a queda da Gol — que ocorre junto com a baixa da Azul (AZUL4), que despencou 18%, cotada a R$ 17,90 — já vem ocorrendo de alguns pregões para cá. “A relação é inversa entre o preço do petróleo e uma companhia aérea”, explicou, destacando que as empresas não podem repassar o valor alto do petróleo para os cliente final. Ele ainda fala que os pares internacionais, como American Airlines (AALL34) e United Airlines (U1AL34), também estão em queda desde janeiro, com a alta intensa do principal insumo.
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Gol (GOLL4) fecha acordo de R$ 1 bilhão com American Airlines (AALL34)
A Gol (GOLL4) fechou um acordo para expansão de cooperação comercial com a American Airlines (AALL34) que prevê um investimento de US$ 200 milhões.
A cifra será paga pela American Airlines em troca de 22,2 milhões de ações preferenciais da Gol, negociadas sob o ticker GOLL4, em um novo aumento de capital ainda a ser feito. O aumento prevê uma participação de 5,2% no capital social da companhia.
O fechamento da transação com a Gol, incluindo a emissão e pagamento de novas ações preferenciais da GOL, está sujeito às condições habituais de fechamento, incluindo aprovação antitruste no Brasil, segundo o comunicado arquivado pela companhia aérea na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ou seja, a transação ainda deve ter de precisa contar com o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica no Brasil (Cade).
A empresa já havia anunciado em setembro de 2021 que iria expandir o acordo de compartilhamento de voos com a American Airlines, tornando-o exclusivo pelos próximos três anos, e que a companhia aérea americana faria um investimento de US$ 200 milhões na empresa via compra de ações.
O acordo expande os termos da parceria firmada entre as duas empresas em fevereiro de 2020, aumentando as oportunidades de viagens aos seus passageiros, assim como melhorando a experiência do cliente e a posição competitiva da Gol nas rotas que conectam as Américas do Sul e do Norte.
Os voos da parceria operam nos centros da Gol no Aeroporto de Guarulhos (SP) e no Aeroporto do Galeão (RJ), integrando 34 opções de rotas brasileiras e internacionais.
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