Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) disparam após acordo com governo
As ações da Gol (GOLL4) e da Azul (AZUL4) decolam nesta segunda-feira (06), após anunciarem acordos para renegociação de passivos fiscais e previdenciários, totalizando cerca de R$ 7,5 bilhões.
O acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) tem como objetivo regularizar as dívidas das companhias aéreas, trazendo alívio financeiro e previsibilidade para o curto e médio prazo.
A Gol acumula cerca de R$ 5,5 bilhões desse montante, enquanto a Azul responde por aproximadamente R$ 2,9 bilhões.
Por volta das 13h45, as ações da Gol (GOLL4) disparavam 15,22%, cotadas a R$ 1,59, enquanto as ações da Azul (AZUL4) decolavam 12,53% a R$ 4,22.
No caso da Gol, o acordo prevê o parcelamento de débitos previdenciários e não previdenciários, com descontos aplicados sobre multas, juros e encargos, de acordo com a legislação vigente.
Parte do saldo devedor poderá ser abatida com prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
No entanto, o acordo não impactará o endividamento líquido da companhia, e a reestruturação via Chapter 11, em curso nos Estados Unidos, permanece necessária.
Vale lembrar que, nesta segunda (06), a companhia reportou prejuízo de R$ 176 milhões em novembro, ante perdas de R$ 338 milhões em outubro. Por outro lado, a dívida líquida subiu a R$ 31 bi, ante R$ 29 bi.
A Azul, por sua vez, celebrou um acordo com a PGFN e a Receita Federal, prevendo a dedução de mais de R$ 1,8 bilhão através da conversão de depósitos judiciais, uso de prejuízos fiscais e redução de juros e multas. O saldo remanescente será pago em até 60 meses para débitos previdenciários e em 120 meses para outros passivos.
A reestruturação vem em um momento crítico para a Azul, cujas ações desvalorizaram cerca de 80% em 2024, tornando-se o pior desempenho do Ibovespa. A companhia reportou prejuízo de R$ 203,1 milhões no terceiro trimestre de 2024 e está em processo de troca de dívidas com vencimentos entre 2028 e 2030, buscando melhorar a liquidez.