O BTG Pactual (BPAC11) viu como positivo o anúncio da Gol (GOLL4) sobre a ampliação do seu acordo de compartilhamento de voos (codeshare) com a American Airlines (US: AAL) para o nível de exclusividade pelos próximos três anos.
Ontem, logo após a divulgação, o banco reforçou sua recomendação de compra para a Gol, com preço-alvo em R$ 31, o que corresponde a um potencial de alta de, aproximadamente, 61%.
Na avaliação do BTG Pactual, o acordo favorece aérea brasileira: além de trazer liquidez adicional, “o enorme prêmio pago (144% em relação ao preço de fechamento de ontem) reforça a confiança da American Airlines nos fundamentos de longo prazo da Gol e sua posição estratégica.”
Além disso, o banco vê outros pontos positivos para a Gol e cita:
- O elevado prêmio de valuation pago pela AA reforça sua confiança nos fundamentos de longo prazo da Gol e sua posição estratégica, assimcomo o nível de valuation com desconto;
- O aumento de capital traz liquidez adicional, aumentando ainda mais a flexibilidade financeira da Gol;
- O acordo traz uma malha aérea internacional complementar para a Gol, especialmente para o aeroporto de Miami, um importante Hub entre Brasil e EUA, aumentando ainda mais as oportunidades de viagens e preparando a Gol para aumentar as viagens internacionais assim que as restrições de viagens forem suspensas.
Em contrapartida, os analistas do BTG destacam que o aumento de capital causa uma pequena diluição de 5,5% dos acionistas. Contudo, lembram que todos os detentores de ações GOLL4 têm o direito de preferência para subscrever uma participação proporcional.
“O prêmio implícito de 144% pago pelas ações da Gol é o principal destaque na transação, mesmo ultrapassando o prêmio de 78% pago pela Delta na compra de sua participação na Latam há dois anos. Continuamos compradores de GOL”, afirma o banco.
Como parte do acordo entre a GOL e a American Airlines, a aérea americana fará um investimento de US$ 200 milhões (R$ 1,05 bilhão) na companhia brasileira, na forma de compra de ações. Serão 22,2 milhões de ações preferenciais recém-emitidas, a US$ 9 (R$ 47,03) por papel. Com isso, a American passa a deter uma participação de 5,2% na Gol.
O codeshare entre as empresas está em vigor desde fevereiro de 2020 e representa a maior malha aérea das Américas e permite que os passageiros se conectem a mais de 30 destinos nos Estados Unidos.
Em seu relatório, o BTG lembra que desde o início do acordo o mercado já comentava sobre um possível investimento de capital da American Airlines na Gol. “Dessa forma, o anúncio de hoje reforça a exposição da American Airlines no mercado brasileiro.”
O banco ainda salienta que “devido às restrições de pandemia, acreditamos que as melhorias significativas de produtos no atual acordo de codeshare foram adiados devido ao ambiente pós-pandêmico, portanto, o retorno das viagens internacionais deve aprofundar o relacionamento entre as duas empresas, ajudando a melhorar o nível de serviço prestado” e completa afirmando que “continuamos a ver a Gol como uma empresa exposta a reabertura econômica, com maior potencial de valorização vs. pares locais, e continuamos esperando uma recuperação de volume no final do ano, impulsionada principalmente por viagens de lazer e visitas a familiares e amigos, apesar de alguns atrasos na campanha de vacinação no Brasil.”
Cotação da Gol
No fechamento desta quinta-feira (16), a ação da Gol (GOLL4) subiu 1,06%, valendo R$ 20,12.
