A Gol (GOLL4) divulgou na última terça-feira (13) a atualização de março, na qual a companhia mostrou um ajuste da capacidade para uma média de 245 voos diários, 31% inferior ao nível registrado em fevereiro. Embora esperado, o dado enuncia um cenário que pode pesar sobre as ações da companhia aérea no curto prazo, avaliou o BTG Pactual (BPAC11).
A demanda por passagens aéreas recuou 25% no mês passado, em comparação com fevereiro; enquanto o volume de vendas diárias caiu 40% na mesma base “devido ao declínio na demanda por viagens decorrente do aumento de casos de Covid-19 no Brasil, combinado com a transição para o período de baixa temporada”, disse a Gol no documento.
Victor Mizusaki, do Bradesco BBI, cortou o preço-alvo da companhia aérea para R$ 20,00 , um downside de 13%, com recomendação neutra.
A receita bruta consolidada mensal da empresa foi de R$ 300 milhões no mês passado, enquanto a taxa de ocupação média ficou em 71,8%, “evidenciando o foco contínuo da administração em manter as operações sustentáveis, por meio de um ajuste contínuo da oferta de assentos à demanda de passageiros”.
“Os números mensais mais fracos eram algo esperado, dado o salto nos casos covid no Brasil e os dados de tráfego do primeiro trimestre divulgados na semana passada”, observou o BTG Pactual em relatório.
“Reconhecemos que a segunda onda crescente de covid no Brasil e os preços mais voláteis do câmbio e do petróleo podem pressionar as ações das companhias aéreas no curto prazo”, acrescentou o banco.
O BTG tem recomendação de compra para a Gol, a R$ 31,00.
Gol espera recuperação no 2T21
A Gol disse ter liquidez suficiente para administrar e financial capital de giro, despesas e serviços da dívida nos próximos meses. A companhia terminou o mês passado com cerca de R$ 1,9 bilhão de liquidez total. O consumo líquido de caixa da companhia foi neutro em março.
A Gol prevê que o avanço bem-sucedido da vacinação reativará a demanda nos segmentos de lazer e corporativo a partir de meados do segundo trimestre desse ano.