A Gol (GOLL4) aumentou o seu prêmio oferecido aos acionistas da Smiles (SMLS3) por ação em meio à proposta de incorporação da empresa de milhas. Sócios minoritários desta, que votam ainda nesta quarta-feira (24) a aprovação ou não do processo, vinham manifestando insatisfação com o valor antigo.
Agora, a Gol oferece por cada ação da Smiles R$ 8,28 e 0,660 ação preferencial própria ou R$ 21,68 e 0,165 ação preferencial. Na proposta de dezembro, a última feita pela companhia aérea, cada ação ordinária da empresa de milhas valia 0,825 ação preferencial da Gol ou R$ 22,32.
Segundo companhia aérea, a nova oferta oferece um aumento representativo do prêmio para os acionistas da Smiles e cerca de 25% dos minoritários estariam de acordo com ela. A Gol, que é controladora da empresa de milhas, não vota na assembleia e precisa que 2/3 dos demais acionistas concordem com a proposta.
“Quando comparado com o preço ponderado por volume (VWAP) para os 30 dias anteriores ao anúncio da potencial transação, esta proposta representa um aumento do prêmio de 26,3% para 47,9%. Quando comparado com o preço não afetado, representa um aumento do prêmio ofertado de 2,7% para 20,3%”, diz o documento.
A companhia aérea defende também que a incorporação aumentará o prêmio no futuro, uma vez que há uma potencial tendência de valorização das ações da Gol após a movimentação.
Minoritários da Smiles defendem que empresa vale o dobro do que antiga oferta
Os acionistas da Smiles vinham se mostrando insatisfeitos com a oferta da Gol para a incorporação. Segundo documento obtido com exclusividade pelo SUNO Notícias, o valor de mercado da Smiles chega a ser o dobro do o com que a empresa aérea trabalha. As contas foram realizadas pela Meden Consultoria, contratada pela Esh Capital, sócia minoritária da empresa de milhas.
No documento, o valor estimado de cada ação da Smiles, baseado no modelo de fluxo de caixa descontado, é de R$ 44,94 por ação, ou seja, cerca de 101% maior do que o valor ofertado inicialmente.
A Gol avaliou o preço de mercado da Smiles sem levar em conta o modelo de fluxo de caixa, que é previsto no artigo 264 da Lei das S.A. e endossado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Apsis, consultoria contratada pela Gol, teria utilizado a metodologia de patrimônio líquido a mercado, e com isso, chegado ao preço da primeira oferta.
Procurada para comentar o fato de não ter utilizado a metodologia do fluxo de caixa descontado, a Apsis não quis comentar o caso. A Apsis Consultoria mantém com seus clientes uma relação ética, protegida por cláusulas contratuais de confidencialidade que nos impedem de oferecer informações sobre nossos trabalhos”, informou, em nota, a empresa. Já a Gol não se pronunciou.