A Gol informou em dezembro que planejava adiantar a compra de 133 aeronaves Boeing 737 Max 8. Trata-se do mesmo modelo que caiu na Etiópia no último domingo e causou a morte de 157 pessoas.
O Boeing saía de Addis Ababa, na Etiópia, com destino a Nairóbi, capital do Quênia. Operado pela Ethiopian Airlines, o avião caiu seis minutos após levantar voo. Em outubro passado, um mesmo modelo caiu na costa da Indonésia, causando a morte de 189 pessoas a bordo. Os dois episódios, portanto, aconteceram num período de cinco meses e acenderam o alerta do mercado.
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A Gol anunciou após o anúncio do desastre que vai manter as operações do Boeing 737 Max 8 enquanto espera pelas conclusões das investigações. A companhia tem pedidos para adquirir, no total, 135 de aviões Boeing 737 Max, com prazo de entrega até 2028. Desse total, 133 são 737 Max 8 (capacidade para até 186 passageiros) e outros dois são 737 Max 10 (capacidade para até 230 passageiros).
Dos 121 aviões da frota atual da Gol, há sete do modelo Boeing 737 Max 8. Em dezembro, a companhia anunciou a pretensão de vender 13 aeronaves 737 NG, também da Boeing, entre 2019 e 2021. Simultaneamente, iria repor a frota com as novas aquisições. A transação deve render à empresa uma redução de R$ 1,1 bilhão da dívida.
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“As monetizações das nossas aeronaves 737-800 NGs permitem a Gol acelerar a redução da alavancagem em seu balanço”, disse em nota o vice-presidente financeiro da companhia aérea, Richard Lark. A companhia diz que a devolução não impactará sua operação. “O 737 Max será a espinha dorsal da frota da Gol, aumentando o número de assentos médios por aeronave e mantendo o custo por assento em níveis muito baixos”, diz a nota oficial.
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A estimativa é de que, até 2023, mais de 40% da frota da Gol será composta por 737 Max. Nos próximos cinco anos, a transição para este novo equipamento deverá aumentar a produtividade em 24% e reduzir o consumo de combustível.