O ex-presidente do grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, teria desviado dinheiro doado para o palácio de Versalhes. Esses recursos teriam sido utilizados para pagar seu casamento.
A própria Renault informou nesta quinta-feira (7) ter encontrado indícios desse suposto desvio de recursos. Segundo a montadora francesa, Carlos Ghosn poderia ter se beneficiado de € 50 mil (cerca de R$ 210 mil) doados pela empresa para patrocinar o museu de Versalhes.
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A Renault estaria investigando se esse valor teria sido utilizado para pagar a festa que celebrou o segundo casamento de Ghosn no próprio palácio de Versalhes. A festa privada teria também comemorado o aniversário da sua nova esposa, e teria sido realizada no Grand Trianon. Os convidados teriam utilizados roupas da época da rainha Maria Antonieta. As autoridades judiciais francesas receberam informações sobre o caso.
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A Renault tinha começado em novembro uma investigação interna para apurar as condutas de seu antigo presidente. No caso em que esse caso fosse comprovado, Ghosn poderia ser acusado de desvio de recursos da empresa.
No dia 24 de janeiro Ghosn, renunciou a direção da montadora francesa. Com a saída dele, Thierry Bolloré foi escolhido como novo presidente-executivo da Renault. A família Bolloré é o maior acionista da montadora depois do governo francês. Paralelamente, o Conselho de Administração foi assumido por Jean-Dominique Senard, presidente-executivo da Michelin.
Relembre o caso Ghosn
Detido em Tóquio desde 19 de novembro, Ghosn é acusado de fraude e de uso indevido de recursos do grupo Renault-Nissan.
O executivo de 64 anos foi acusado de ter omitido em suas declarações de renda às autoridades da Bolsa de Valores nipônica. Ele teria escondido quase 5 bilhões de ienes (cerca de US$ 44 milhões) entre 2010 e 2015.
Seu braço direito, Greg Kelly, também foi acusado de ter ajudado a ocultar valores.
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Ghosn também é suspeito de ter repetido a fraude, entre 2015 e 2018, totalizando 4 bilhões de ienes (cerca de US$ 35 milhões). Esse ponto havia provocado uma primeira prorrogação do período de detenção.
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Além das acusações de não ter declarado sua renda real, a Nissan afirma que seu ex-presidente utilizou ilicitamente residências de luxo espalhadas em vários países do mundo pagas pela empresa.
A Nissan também é investigada como pessoa jurídica. A Promotoria suspeita da responsabilidade da empresa, que forneceu os relatórios falsos às autoridades da Bolsa de Valores.
A detenção de Ghosn, que foi destituído da presidência da Nissan poucos dias depois de ser preso, resultou de uma investigação interna da empresa. O executivo também foi destituído da presidência da Mitsubishi Motors.
A prisão de Ghosn provocou uma crise na aliança entre a Nissan e a Renault. A aliança industrial entre as duas montadoras foi criada em 1999, costurada próprio por Carlos Ghosn. Com a entrada da Mitsubishi Motors, se tornou o maior grupo mundial do setor automobilístico.
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