Carlos Ghosn é destituído do conselho de administração da Nissan

Em uma reunião de emergência, os acionistas da Nissan aprovaram a destituição do ex-presidente do conselho administrativo da empresa, Carlos Ghosn, nesta segunda-feira (8).

Além de Ghosn, os acionistas também destituíram o ex-diretor Greg Kelly. Ainda na reunião, o atual presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, foi nomeado como novo membro do conselho de administração da Nissan.

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Nissan e Ghosn

Carlos Ghosn liderou a montadora por duas décadas até que fosse dispensado em 22 de novembro, três dias após ser preso pela primeira vez em Tóquio. No entanto, o executivo seguiu como membro do conselho até que a decisão fosse tomada.

Antes da reunião de emergência que decretou a destituição, o presidente-executivo da Nissan Hiroto Saikawa, declarou que a montadora considera um pedido de indenização ao brasileiro por conta da má conduta financeira.

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De acordo com Saikawa, é preciso melhorar a governança da empresa prepará-la para os próximos passos e “passar o bastão da liderança”.

Prisões

O executivo brasileiro tirou a Nissan da falência e ainda instaurou uma aliança mundial da japonesa com a Renault e a Mitsubishi, formando uma das maiores alianças do setor automotivo.

O executivo foi preso preventivamente pela primeira vez em 19 de novembro de 2018 sob as seguintes acusações:

Sonegação de renda: de acordo com a  Promotoria japonesa o ex-presidente da Nissan declarou apenas metade do que recebeu entre os anos de 2010 e 2018.

Transferência de prejuízos pessoais para a Nissan: a Promotoria alega abuso de confiança por parte do executivo, que transferiu temporariamente perdas de investimento pessoal para a Nissan em 2008. Ghosn, por sua vez, afirma que agiu com “a aprovação dos diretores da Nissan”. O brasileiro disse que pediu à empresa para assumir, de forma temporária, a garantia de seus contratos de câmbio durante a crise financeira global de 2008. Ainda conforme Ghosn, a única outra alternativa à esta ação seria renunciar e usar os recursos de sua aposentadoria como garantia.

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Uso pessoal de imóveis comprados pela Nissan: uma investigação interna da multinacional revelou que uma subsidiária montada na Holanda, que supostamente financiava investimentos de capital de risco, foi utilizada para comprar ou alugar imóveis corporativos, nos quais o executivo se hospedava quando viajava. Dos quatro imóveis identificados em quatro países diferentes, um fica no Rio de Janeiro.

O ex-presidente da Nissan foi solto sob fiança em 6 de março deste ano. No entanto, sua liberdade não durou tanto, isso porque Ghosn voltou a ser preso na última semana por conta de um possível risco de destruição de provas.

Renan Bandeira

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