A Marathon Asset Management, gestora de investimentos especializada em mercado de crédito e renda fixa, pretende comprar a dívida emitida pela gigante chinesa Evergrande, que abalou o mercado nas últimas semanas ao anunciar calote e US$ 300 milhões. A informação foi dada pelo CEO da empresa, Bruce Richards, em entrevista à Bloomberg nesta quarta (29).
O CEO disse que Marathon, dona de ativos no total de US$ 23 bilhões, pode fazer pagamentos a curto prazo, mas a dívida geral da incorporadora chinesa deve ser reestruturada. O empresário adquiriu dívida da Evergrande pela primeira vez nesta semana.
Mas o gestor alerta que, na lista de prioridades, os investidores de fora da China estão na última posição. A empresa dará prioridade para o pagamento dos proprietários de imóveis, fornecedores e credores de títulos da China.
Para Richards, a crise da Evergrande “é problemática para a China, para o seu mercado imobiliário. E um problema para todo segmento que depende dele. Há muitos empregos relacionados e muito comércio envolvido nisto”. Mas ainda existem oportunidades, segundo o CEO: “O default caiu para menos de 2%. Não acho muito preocupante nesta fase.”
Calote da Evergrande está próximo, segundo agência
Antes de o CEO da empresa americana anunciar que pretende quitar parte da dívida da incorporadora chinesa, a Fitch reduziu para ‘C’ (calote próximo) a nota de crédito em moeda internacional da Evergrande e de duas de suas subsidiárias – Hengda Real Estate e Tianji Holding. A nota anterior dada pela agência de risco era ‘CC’.
Segundo a Fitch, o corte reflete a probabilidade de que a Evergrande tenha deixado de pagar juros referentes a uma emissão de títulos de dívida denominada em dólares na semana passada.
De acordo com a Fitch, não há informações de que a Evergrande tenha realizado o pagamento, o que deu partida a um período de 30 dias até que o calote seja declarado oficialmente.