Desde 2021, os investidores pessoa física ganharam uma opção de investir no agronegócio, através do Fiagro. Com a evolução desses fundos, os fiagros que investem diretamente em terras agrícolas têm um potencial de ganho com a valorização de terras.
Em entrevista ao Suno Notícias na última quarta-feira (1), Flávio Aragão, sócio da 051 Capital e um dos responsáveis pelo fiagro FZDA11, afirma que o Fiagro pode ser muito lucrativo por meio da venda de propriedades agrícolas. A tese da gestora é que existe uma demanda de exploração de novas terras.
A 051 Capital viu nas terras agrícolas um negócio promissor, ainda mais no Brasil, um país que 30% do PIB é vinculado ao setor agropecuário.
“Por isso, a gente vai comprar terra no Matopiba, área que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A região vai se desenvolver e os grandes produtores vão caminhar para lá”, destaca o especialista.
Com as dificuldades de abrir novas terras no Brasil, é muito provável que essa região alcance um “novo desenvolvimento”.
No caso da 051 Capital, o fundo FZDA11 quer justamente capturar a valorização da terra. “O arrendamento é um ‘plus’. É um carrego para o negócio. Mas o grande ganho está na valorização da terra”, destaca o especialista em Agro da 051 Capital.
O diferencial do Fiagro de terras
A maioria dos fiagros atualmente investe em crédito (CRA), tais como os fundos AAZQ11 e XPCA11. Outros investem no agronegócio e pegam a terra como garantia.
Também, existe no mercado um fundo que mescla os investimentos em crédito e imóveis rurais, tal como o SNAG11. Já o Fiagro de terras, como FZDA11, investe diretamente nas propriedades agrícolas.
Os fiagros do tipo papel negociam títulos de créditos aos produtores ou empresas agrícolas, pegam a terra como alienação e o dono da terra tem o direito de recomprar a terra por um preço pré-estabelecido. Isso pode gerar um ganho de IPCA + 10% a 12%, ou CDI + 3%.
Na visão da 051 Capital, o lucro da venda das propriedades em um contexto de valorização do agronegócio é o diferencial do Fiagro de terras. “A terra ganha muito valor com o tempo, uma vez que a demanda por soja e milho vem aumentando no mundo”, destaca Aragão.
Diante disso, fundos do tipo fiagro com investimento em terras podem alcançar grandes resultados. Funciona assim: O fundo compra o ativo e arrenda para um produtor explorar a terra, esperando uma valorização futura do imóvel.
O “poder” da valorização de terras
Aragão cita que a valorização das propriedades agrícolas alcançaram mais de IPCA + 20% nos últimos anos. “Porém, atualmente a dificuldade de abrir novas terras é maior”, crava Flávio Aragão. Ou seja, as terras “de hoje” têm um maior poder de valorização.
Neste caso, o gatilho para a valorização da terra é justamente sua escassez. Os grandes produtores que desejam ampliar sua produção, mas não possuem condições de aumentar a área plantada, “deverão comprar terras em outras fronteiras agrícolas, como no Matopiba”, destaca Aragão.
Aragão deu um exemplo da empresa SLC, que comprou uma fazenda na Bahia, investindo mais de R$ 400 milhões na propriedade. Em outras palavras, essa nova expansão de fronteiras está de fato começando.
Por isso, na visão da gestora, o Fiagro de terras pode aproveitar esse movimento de valorização das propriedades e gerar valor aos seus cotistas.