Veja riscos e oportunidades para Gerdau (GGBR4) após balanço
A Gerdau (GGBR4) divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2024, e em relatórios, Goldman Sachs e Itaú BBA citam incertezas e oportunidades para a companhia.
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Enquanto o Goldman Sachs destacou algumas surpresas positivas nos números apresentados, o Itaú BBA enfatizou a deterioração sequencial nos resultados da Gerdau.
Goldman Sachs: Resultados ligeiramente melhores, mas incertezas persistem
O Goldman Sachs classificou o balanço da Gerdau no 4T24 como “marginalmente melhor”, apontando que o EBITDA ajustado de R$ 2,4 bilhões ficou 5% acima da projeção da casa e 3% acima do consenso de mercado. No entanto, a instituição pondera que o cenário para 2025 permanece incerto devido à volatilidade nos preços do aço e à demanda fraca nos Estados Unidos.
No Brasil, o desempenho foi considerado positivo, com um EBITDA de R$ 1 bilhão, 2% acima da estimativa do Goldman Sachs. As exportações surpreenderam positivamente, atingindo o maior nível desde o 4T19, beneficiadas pela desvalorização do real. Já na América do Norte, o EBITDA ficou em R$ 751 milhões, praticamente em linha com as projeções do banco, mas com margens pressionadas em 12%.
O Goldman Sachs também destacou que as tarifas recentemente anunciadas nos EUA podem contribuir para uma recuperação cíclica dos preços e da demanda por aço. Além disso, a possibilidade de medidas antidumping e tarifas de importação no Brasil são fatores que podem favorecer a GGBR4.
Por outro lado, a casa alertou para o elevado nível de investimentos projetados para 2025, de R$ 6 bilhões, representando 55% do EBITDA estimado e o dobro da depreciação da companhia. Também destacou que os retornos aos acionistas, de R$ 2,9 bilhões em 2024 (yield de 8%), ficaram abaixo das expectativas.
Com isso, apesar de ver a Gerdau atrativa em termos de valuation, o Goldman Sachs acredita que as incertezas macroeconômicas e o alto nível de capex podem limitar o desempenho das ações GGBR4 no curto prazo.
Ainda assim, a casa tem recomendação de compra para as ações da Gerdau, com preço-alvo de R$ 25.
Itaú BBA: Resultados fracos e desafios à frente
O Itaú BBA, por sua vez, adotou um tom mais cauteloso ao classificar os resultados como fracos e marcados por uma deterioração sequencial nas margens. O EBITDA de R$ 2,4 bilhões ficou em linha com a projeção da casa, mas apresentou uma queda de 12% em relação ao trimestre anterior no Brasil, reflexo de um mix de vendas menos favorável e custos mais elevados.
Nos Estados Unidos, a queda foi ainda mais acentuada, com EBITDA de R$ 751 milhões, recuando 35% na comparação trimestral. A margem na região caiu para 12,1%, frente aos 17,4% do trimestre anterior, pressionada por custos mais altos e um volume menor de vendas.
O Itaú BBA também destacou a revisão da estrutura operacional da empresa, com a incorporação da unidade de “Aços Especiais” às operações do Brasil e da América do Norte a partir do primeiro trimestre de 2025. A instituição vê essa mudança como positiva, pois melhora a transparência sobre a real exposição da companhia a esses mercados.
Outro ponto observado foi o aumento do endividamento da Gerdau, com a alavancagem subindo para 0,5x EBITDA, contra 0,3x no trimestre anterior, impactada pela desvalorização do real e pelos desembolsos com dividendos e recompra de ações. No entanto, a casa ressaltou que a posição financeira da empresa ainda é confortável para continuar seu programa de recompra.
O Itaú BBA tem recomendação outperform (compra) para a Gerdau, com preço-alvo de R$ 25.