A Gerdau (GGBR4 divulgou os resultados do terceiro trimestre no início desta quarta-feira (9). A empresa reportou lucro líquido ajustado de R$ 3,022 bilhões no terceiro trimestre de 2022 (3T22), número 33,7% menor do que o que foi anotado em igual intervalo do ano anterior.
Apesar do recuo no lucro da Gerdau, a XP considera “os resultados da companhia melhores do que o esperado e ainda mais positivos quando comparados a outras empresas de M&M sob nossa cobertura”.
É a mesma opinião do BTG: “A Gerdau reportou um conjunto sólido de resultados, superando nossas expectativas e entregando retorno de caixa.”
Os analistas do BTG acrescentam: “A empresa continua gerando fluxo de caixa substancial (yield anualizado de 26%) e anunciou um dividendo muito maior no trimestre, que acreditamos que será muito bem recebido, pois a empresa está entregando sua história de retorno de caixa.
Outro ponto destacado foi o Ebitda da Gerdau (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). De acordo com o BTG, o Ebitda foi de R$ 5,36 bilhões, uma redução de 19,6% t/t e ficando 5% acima das nossas projeções. Creditamos o resultado acima do esperado às margens Ebitda das operações nos EUA, mais fortes, chegando a 32,9% (175bps acima do nosso call), mostrando grande resiliência apesar dos temores (de recessão).”
O BTG diz ainda que “a empresa continua anualizando um Ebitda acima de R$ 20 bilhões, e acreditamos que o processo de normalização será muito gradual (R$ 15 bilhões parecendo conservador demais para 2023).”
É o que os analistas da XP também ressaltam: “Apesar de a cifra representar uma queda anual de 23,6%, ainda ficou 6% acima do esperado por nós.”
De acordo com a Gerdau, os preços menores observados no mercado internacional e pressões de custos de insumos acabaram por diminuir o Ebitda do terceiro trimestre.
De qualquer modo, a empresa alega que “mesmo com as pressões de custos enfrentadas e uma base de comparação com fortes volumes verificados no ano passado, o terceiro trimestre reafirmou a solidez dos resultados operacionais e financeiros que vêm sendo entregues pela Gerdau”.
Os analistas da XP dizem que, mesmo com um cenário macro mais desafiador, a América do Norte seguiu com margens Ebitda “muito boas” (30%).
A casa informa que outras unidades de negócios tiveram resultados “mais enfraquecidos com menores volumes, preços e custos ainda pressionados”.
Outros destaques financeiros da Gerdau
Além do Ebitda ajustado acima do previsto, os analistas da XP Investimentos indicaram outros destaques financeiros do balanço trimestral.
Entre julho e setembro, a dívida líquida da Gerdau foi de R$ 4,3 bilhões (0,16x Dívida líquida/EBITDA, o que representa o menor nível histórico) — ante R$ 4,7 bilhões (0,18x EBITDA) no segundo trimestre. Já a dívida bruta ficou em R$ 12,9 bilhões entre julho e agosto.
A casa também ressaltou a anúncio da Gerdau de dividendos mínimos de R$ 3,6 bilhões (R$ 2,15 por ação, 8% dividend yield ou 32% anualizado). O pagamento será efetuado a partir de 14 de dezembro. As ações serão negociadas “ex-dividendos” a partir de 22 de novembro.
No dia 24 de outubro, a companhia comprou 44,6 milhões de ações ao preço médio de R$ 24,08. Isso representa 81% do programa de recompra de ações feito até o momento, comenta a XP.
Recomendação para as ações da Gerdau
Os analistas afirmam que, além dos resultados ficarem acima do projetado, eles vieram “ainda mais positivos quando comparados a outras empresas de metais e mineração” que estão sob sua cobertura.
A XP mantém recomendação de compra para as ações da Gerdau, com preço-alvo de R$ 33,80.
Nesta quarta-feira (9), em meio à repercussão dos resultados financeiros divulgados pela manhã, as ações da Gerdau operaram em alta. Por volta das 16h50, os ativos da empresa registraram elevação de 3,89%, a R$ 28,30.
Na sessão do dia anterior, os papéis da Gerdau tinham apresentado valorização de 2,52%. No acumulado de novembro, os ativos contam com elevação próxima a 11%.