Gerdau (GGBR4) pagará R$ 20 bilhões em dividendos em 2022 e 2023, estima o Bradesco BBI
A Gerdau (GGBR4), que já figura como uma das boas pagadoras de dividendos da bolsa brasileira, deve anunciar cifras polpudas nos próximos dois anos, segundo projeção do Bradesco BBI. Em relatório, os analistas estimam R$ 20 bilhões em dividendos da Gerdau até 2023.
Atualmente a empresa ostenta um dividend yield (DY) – indicador que mensura o pagamento de proventos pelo preço da ação – de cerca de 10%, segundo dados compilados pelo Status Invest.
Se concretizada a projeção do Bradesco BBI, a Gerdau terá um dividend yield na casa dos 20% nesse período.
“A Gerdau é uma de nossas preferências dentro do universo de cobertura. A dinâmica de lucros deve retomar nos próximos trimestres, impulsionada pelo forte desempenho contínuo nos EUA e pela recuperação da margem no Brasil”, diz o BBI.
Os analistas do banco destacaram a recomendação de compra para GGBR4 no parecer, com preço-alvo de R$ 40 – o que representa 37% de alta em relação à cotação atual.
Em análises anteriores, a casa já destacava um ambiente promissor de crescimento para a companhia, como no relatório sobre a redução de tarifas de importação do aço.
“Se o corte for implementado, veremos uma pressão potencial sobre os preços dos aços planos, já que os prêmios de importação estariam em níveis muito mais altos”, dizia o Bradesco.
Agora, o BBI destaca um endividamento ‘confortável’ e em patamares de pouco risco, com alavancagem podendo ficar em 0,5x Ebitda ( lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações).
BBI vê Ebitda crescente para a Gerdau
A projeção da casa é de R$ 24 bilhões e R$ 17 bilhões de Ebitda para 2022 e 2023, respectivamente. No 1T22, a empresa fechou com R$ 5,82 bilhões de Ebitda.
Justamente por causa desse cenário de lucros operacionais mais elevados, a casa vê folga para dividendos maiores, recomendando os papéis da empresa em conjunto com a congênere Vale (VALE3).
Assim, a empresa é vista como um dos principais players do segmento de siderurgia e mineração da bolsa.
“Incorporamos tarifas de importação de aço mais baixas e um real mais valorizado em nosso modelo, enquanto também assumimos um múltiplo EV/Ebitda alvo menor para 2023”, disse o BBI.
“Esperamos que as margens se normalizem de volta para a faixa entre 10 e 15%, mas para este ano e parte do próximo ainda esperamos margens acima de 20%”, seguem.
Na conclusão do relatório, a empresa cita que ‘não há saída’ que não o pagamento de dividendos volumosos.
“Nesse cenário, pensamos que os dividendos terão que aumentar, especialmente porque a administração da Gerdau tem falado muito sobre alocação de capital eficiente (sem grandes fusões e aquisições, sem grandes novos projetos além dos já anunciados)”, conclui o BBI.