Geraldo Alckmin pode assumir ministério recriado para atender demandas de empresários
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), escalado pelo presidente Lula para coordenar o processo de transição para o novo governo, foi cogitado para assumir a pasta da Indústria, Comércio e Serviço, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo. O setor precisará ser recriado, cumprindo uma demanda dos empresários, após ser extinto pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Com a nova responsabilidade, Alckmin iria manter ligação com empresários nacionais, sendo um ponto importante para o novo governo. Além disso, poderia fazer interface com os outros ministérios.
Outro ponto que destaca o peso no governo Lula do vice-presidente, de acordo com a jornalista e colunista Mônica Bergamo, da Folha, é que Alckmin foi cotado para atuar no ministério da economia. A especulação vem desde a campanha eleitoral de Lula.
No entanto, para isso, a grande dificuldade do novo presidente seria em colocar alguém que não conseguiria demitir posteriormente, uma vez que poderia causar uma crise no governo.
Com isso, Lula já havia dito que pretende escolher um membro que tenha um perfil mais político e uma visão macroeconômica.
Nesta sexta-feira (4), o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), assinou decreto que oficializa o início do processo de transição. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Alckmin e equipe de transição começam a trabalhar no CCBB na semana que vem
A equipe de transição indicada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva começa a ocupar, na segunda-feira (7), as instalações do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), visitou o local na manhã desta sexta-feira (4) e disse que Lula deve vir a Brasília na semana que vem, em dia ainda não definido.
“A previsão é de que, a partir de segunda-feira a gente já comece a ocupar o espaço, não com toda equipe formada, mas com equipe de administração, que fará essa parte de apoio, para que, quando as equipes da transição, das áreas temáticas chegarem, esteja tudo pronto”, disse Gleisi.
Ele falou ainda sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) que deve ser construída pelo governo eleito para acomodar, no orçamento do ano que vem, os projetos do governo Lula. A medida permitiria gastos acima do teto.
“Temos que ver todas as possibilidades para viabilizar aquilo que foi contratado nas urnas. Não podemos entrar [em] 2023 sem o auxílio emergencial [Auxílio Brasil de R$ 600], sem o aumento real [acima da inflação] do salário mínimo. São coisas que foram contratadas com o povo brasileiro e tenho certeza [de] que o Congresso tem essa sensibilidade, o Tribunal de Contas [da União] também”, disse.
Segundo Gleisi, a área técnica do governo eleito, com Alckmin à frente, está negociando com os parlamentares da Comissão Mista do Orçamento e, na segunda-feira (7), devem começar a sair as definições sobre a pauta e pontos de campanha que podem entrar no texto.