A General Motors (GM/GMCO34) anunciou no último sábado (02) que está avaliando a viabilidade para investir R$ 10 bilhões no Brasil, entre 2020 e 2024, segundo a agência “Reuters”.
O anúncio ocorre um mês após a General Motors alertar os funcionários, via e-mail, que poderia deixar de produzir na América do Sul.
Saiba mais – General Motors informa funcionários que pode deixar América do Sul
Plano de investimento de 2014-2019
Na véspera, a GM também disse que está na fase final de um plano de investimento de R$ 13 bilhões, entre o período de 2014 a 2019.
“Como líderes de mercado, estamos assumindo a responsabilidade de encarar de frente os desafios de competitividade que vive a indústria, para viabilizar um futuro sustentável aos nossos negócios e o devido retorno aos acionistas”, disse o presidente da GM no Mercosul, Carlos Zarlenga.
“Continuamos trabalhando com os sindicatos, concessionários, fornecedores e governo com o objetivo de viabilizar este novo e adicional investimento de R$ 10 bilhões nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos”, acrescentou Zarlenga em nota.
Conforme a “Reuters”, a montadora deu ênfase ao fato de que o plano de investimento a ser concluído em 2019, contempla:
- a renovação completa da linha de produtos Chevrolet;
- desenvolvimento de novas tecnologias de eficiência energética dentro do Programa INOVAR Auto;
- novas tecnologias de conectividade;
- expansões nas fábricas de São Caetano do Sul e de Gravataí;
- ampliação da fábrica de Joinville, que teve a capacidade elevada de 120 mil para 450 mil motores por ano;
- e a implementação de inovadoras tecnologias de manufatura 4.0 nas fábricas de São Caetano do Sul, Gravataí e Joinville.
“Estes investimentos levaram a marca Chevrolet à liderança do mercado, posição que mantém desde outubro de 2015”, completou o presidente.
Saiba mais – Governo Doria estuda incentivos à GM após investimentos de R$ 9 bi
General Motors e os funcionários
A fim de permanecer no Brasil apesar das dificuldades que a GM vem enfrentando, a montadora tem negociado uma série de reajustes com os funcionários, dentre os quais:
- redução do piso salarial;
- redução da participação nos resultados;
- terceirização em todas as áreas;
- licença não remunerada;
- e aumento da jornada de trabalho.
Conforme o jornal “O Estado de S. Paulo”, tais reajustes ocorrem após um acordo fechado em 2017,. Na época, a montadora também ameaçou deixar o Brasil.
No acordo de 2017, os funcionários obtiveram as seguintes mudanças:
- redução do piso salarial;
- redução do adicional noturno;
- e suspensão de reajustes pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
No Brasil, a General Motors possui fábricas em:
- Rio Grande do Sul: Gravataí;
- São Paulo: Mogi das Cruzes (autopeças), São Caetano do Sul e São José dos Campos;
- Santa Catarina: Joinville (autopeças).
Saiba mais – General Motors busca incentivos do governo e pressiona funcionários
Em 11 de janeiro, a presidenta global da GM, Mary Barra, disse a um site de Detroit que a companhia considerava deixar a América do Sul. O Brasil e a Argentina, os maiores mercados sul-americanos, continuavam mostrando-se “desafiadores”.
Barra completou que a General Motors Corporation estaria dialogando com figuras-chave dos mercados locais, para tomar medidas a fim de melhorar os negócios, “ou considerar outras opções. Não vamos continuar investindo para perder dinheiro”.