Um general brasileiro entrará no Comando Sul (US SouthCom) das Forças Armadas dos Estados Unidos. A notícia foi divulgada pelo almirante Craig Faller, comandante da divisão para a segurança dos EUA na América Central, Caribe e a América do Sul. O alto oficial brasileiro deverá integrar o comando ainda esse ano.
O almirante Fallen divulgou a notícia durante uma audiência na Comissão de Forças Armadas do Senado dos Estados Unidos. Segundo o militar norte-americano, o Brasil está entre os países com os quais os EUA incrementaram parcerias. Outros países citados por Fallen são o Chile e a Colômbia.
“Até o fim do ano o Brasil enviará um general para servir como vice-comandante de interoperabilidade do Comando Sul”, explicou Fallen e seu depoimento.
Países parceiros dos EUA
Para o almirante, o Brasil é o primeiro signatário na América Latina do acordo para uso pacífico do espaço (Space Situational Awareness Agreement, em inglês). Por sua vez, a Colômbia é o primeiro parceiro latino-americano parceiro da Organização da Aliança do Atlântico Norte (OTAN). Enquanto o Chile é parte do maior exercício de guerra marítima do mundo, chamado de “Rim of the Pacific”.
Fallen salientou a importância da parceria como fundamental para a política de segurança dos Estados Unidos: “Queremos inimigos que nos temam e amigos que façam parceria conosco”, declarou o almirante.
Segundo a visão estratégica dos EUA, seis países são ameaças aos interesses americanos: Rússia, China, Irã. Na América Latina eles têm “aliados autoritários” em Cuba, Nicarágua e Venezuela. O almirante expressou preocupação com os exercícios militares russos na Venezuela, até com forças nucleares. Ele salientou o apoio de Moscou ao regime de Nicolás Maduro como uma ameaça aos Estados Unidos.
Por sua vez, o almirante indicou as “práticas predatórias” da China na região. Ele menciona o empréstimo de US$ 150 bilhões concedido por Pequim a países da America Latina. Segundo Fallen, o objetivo desse empréstimo seria controlar as infraestruturas, principalmente portos, e fortalecer a presença chinesa na região. Um dos principais interesses da China seria o canal do Panamá.
Ministério da Defesa confirma
O Ministério da Defesa do Brasil confirmou a presença de um general na estrutura do comando militar sul dos EUA. Essa seria a primeira vez que um militar brasileiro participa de uma missão desse tipo O País já participa de intercâmbios com as Forças Armadas de outras nações, além de forças
multilaterais em missões internacionais. Entretanto, jamais integrou o comando de nenhuma Força Armada estrangeira. Todavia, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, descartou que a participação de um general brasileiro possa resultar em uma intervenção militar na Venezuela.
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