De acordo com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (CSI), Augusto Heleno, as despesas do governo por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) somam R$ 1 trilhão. Em função disso, o ministro diz que o governo deve “flexionar instrumentos legais” por conta do excesso de gastos.
A declaração de Heleno foi realizada em um vídeo publicado pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, em suas redes sociais. “O governo colocou durante a pandemia em socorro a estados e municípios, e investindo em providências para fazer face à Covid cerca de R$ 1 trilhão. Claro que esta conta vai chegar”, disse.
Para ele, “vamos ter de ter criatividade, vamos ter de flexionar alguns instrumentos legais para fazer face a isso. Não vai cair do céu”. Heleno, no entanto, não disse quais leis sugere mudar.
O entendimento do ministro vem a público em meio à divergência entre integrantes do governo acerca dos meios para reverter o aumento do desemprego, a queda na renda da população e o cenário de recessão econômica. No segundo trimestre deste ano, período de mais impacto da pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 9,7%, e a taxa de desemprego subiu para 14,1% no mês passado.
A possibilidade sobre a alteração na emenda constitucional do teto de gastos opõe integrantes das alas militar e política do governo e o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua pasta. O ministro já chegou a dizer que furar o teto aproximaria o presidente da “zona sombria” do impeachment.
Bolsonaro, todavia, já declarou que avalia mudar a Constituição com o intuito de flexibilizar as condições para o aumento de gastos acima da inflação registrada no ano anterior. O teto de gastos, aprovado no governo de Michel Temer em 2016, tem vigência de 20 anos.
Número de infectados na pandemia se aproxima de 5 milhões no Brasil
No último sábado (3), o consórcio formado por veículos de imprensa informou que o número de vítimas pela Covid-19 no Brasil chegou a 146.011, após 580 mortes nas 24 horas anteriores. O número de infectados subiu para 4.905.857.
Dessa forma, a média móvel de mortes no País, nos últimos sete dias, ficou em 653, uma variação negativa de 13% em comparação aos dados registrados em 14 dias. O último sábado foi o 11º dia consecutivo com essa média menor que 700.
Apenas quatro estados registram crescimento no número de mortes pela pandemia: Acre, Amazonas, Roraima e Bahia. Enquanto isso, 10 estados seguem em estabilidade, e 11 estados mais o Distrito Federal apresentam queda em suas taxas. Manaus não havia atualizado os dados.