Gasolina encareceu menos do que o etanol, diz ANP
A gasolina foi mais competitiva do que que o etanol em todos os Estados durante a semana passada, segundo levantamento recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os critérios da agência consideram que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso do que a gasolina.
Na média dos postos pesquisados no País pela ANP, o etanol está com paridade de 75,50% ante a gasolina.
Os preços médios do etanol hidratado subiram em 21 Estados na semana passada. Em outros cinco Estados, as cotações recuaram. No Distrito Federal não houve apuração.
Nos postos de combustíveis pesquisados pela ANP em todo o País, o preço médio do etanol subiu 2,23% na semana ante a anterior, de R$ 4,399 para R$ 4,497 o litro. Ou seja, variou percentualmente mais do que a gasolina.
Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média do hidratado ficou em R$ 4,262 o litro, alta de 2,38% ante a semana anterior (R$ 4,163).
O preço mínimo registrado nesta semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,449 o litro, em São Paulo, e o menor preço médio estadual, de R$ 4,262, foi registrado também em São Paulo.
O preço máximo, de R$ 6,899 o litro, foi verificado em um posto do Rio Grande do Sul. O maior preço médio estadual também foi o do Rio Grande do Sul, de R$ 5,917.
Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no País subiu 4,05%, a R$ 4,322. O Estado com maior alta no período foi o Amazonas, onde o litro subiu 9,06% no mês.
Na apuração semanal, a maior alta de preço foi observada também no Amazonas, com avanço de 8,49%, para R$ 5,352 o litro.
Preço da gasolina ultrapassa R$ 7 para os consumidores
O preço da gasolina comum já está acima da marca de R$ 7 no Rio Grande do Sul e chegou a R$ 6,99 o litro no Acre na última semana. O preço médio, de R$ 5,866, subiu 0,22% entre os dias 8 e 14 de agosto (últimos dados disponíveis) e acumula alta de 0,60% no mês. Para especialistas, o preço do dólar tem grande influência nesse comportamento, mas outros fatores também influenciam.
A desvalorização do câmbio sempre impacta negativamente os derivados do petróleo (ou seja, o real fica mais barato) e o preço do barril aumenta, explica o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.
Na composição do preço da gasolina, a fatia da Petrobras (PETR4) é a maior, com 32,9% de participação. A estatal detinha 98% do mercado de refino até 2019, quando se comprometeu com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a vender metade de suas refinarias.
Com informações do Estadão Conteúdo