Gasolina: após anúncio da Petrobras (PETR4), preço cai 0,5% na semana, diz ANP
Apesar das quedas expressivas da gasolina, diesel e gás de cozinha anunciadas pela Petrobras (PETR4) no início desta semana, os preços desses combustíveis resistem em ceder nos postos de abastecimento. O valor médio da gasolina caiu apenas 0,5% nos postos, diante da baixa de 12,6% nas refinarias da estatal, enquanto o diesel foi o que mais teve impacto: um recuo de 1,9% na semana de até 20 de maio, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Já o gás de cozinha, cuja queda foi ainda mais expressiva nas refinarias, de 21,6%, cedeu apenas 0,1%, com preço médio de R$ 108,72, sendo o botijão mais caro encontrado a R$ 155 e o mais barato, a R$ 70.
O preço médio da gasolina nos postos ficou em R$ 5,46 o litro, com a cotação mais alta de R$ 7,30 e a mais baixa, de R$ 4,39. O diesel registrou preço médio de R$ 5,46 o litro, com o maior valor de R$ 8,49 e o mais menor, de R$ 4,59.
Petrobras cortou preço da gasolina, diesel e GLP; veja novos valores
O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, anunciou na terça (16) um novo corte no preço da gasolina vendido para as distribuidoras.
Conforme o anúncio do presidente da Petrobras, a empresa reduzirá em R$ 0,40 por litro o seu preço médio de venda da gasolina tipo A para as distribuidoras, saindo então de R$ 3,18 para R$ 2,78 por litro.
O novo preço da gasolina passa a vigorar já nesta quarta-feira (17).
A redução de 12,6% no preço foi anunciada após a empresa informar, também no período da manhã, que foi aprovada pela Diretoria Executiva uma mudança na estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina, em substituição à política de preço de gasolina e diesel comercializados por suas refinarias.
Prates também anunciou que a empresa reduzirá em R$ 0,44 por litro o seu preço médio de venda de diesel tipo A para as distribuidoras, que passará de R$ 3,46 para R$ 3,02 por litro.
Os preços do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha, também terá uma redução de R$ 0,69 por quilo no preço médio.
Em nota divulgada logo após o anúncio, a Petrobras destacou que o valor efetivamente cobra ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores, como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro das distribuidoras e da revenda.
Inflação: Itaú (ITUB4) atualiza projeção do IPCA 2023 após corte dos combustíveis
O Itaú Unibanco (ITUB4) revisou de 6,0% para 5,8% a estimativa de inflação para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 após o anúncio da queda dos preços dos combustíveis pela Petrobras (PETR4). A estimativa para 2024 foi mantida em 4,5%.
Na avaliação das economistas Luciana Rabelo e Julia Passabom, anúncio de hoje anula quase todo o impacto altista da volta de tributos federais e estaduais sobre o preço da gasolina no ano. “Cabe lembrar que a nossa projeção para o ano inclui alíquota de R$ 1,22 no ICMS sobre a gasolina no mês de junho (impacto de +21bps) e a volta do Pis/Cofins de R$ 0,34 sobre a gasolina em julho (impacto de +34bps)”, escreveram no relatório.
Elas ponderam que, observando-se a política de preços da Petrobras, poderia haver espaço para corte adicional, provavelmente em julho, caso o preço do petróleo continue próximo de US$ 75 por barril e o câmbio pouco abaixo de R$ 5 por dólar, “o que não é nosso cenário base à frente”, dizem.
O cenário de inflação do Itaú leva em conta preços administrados em 10,2% e livres, em 4,3%, com destaque para a alta de apenas 1,5% em alimentos, seguindo inflação próxima de 13% no grupo ano passado. “A desinflação se dá com clima favorável para plantio e colheita da safra brasileira e americana esse ano, com El Niño no segundo semestre, bem como pela queda observada no preço de fertilizantes, após o choque observado do ano passado”, afirmam.
Elas estimam ainda 3,3% na inflação de bens industriais e alta de 6,2% em serviços. “O último grupo, mais inercial e com impacto de um mercado de trabalho ainda resiliente e com ritmo de alta de salários robusto, tende a mostrar trajetória de desinflação mais lenta e gradual, o que é compatível com o estágio atual do ciclo”, escreveram Rabelo e Passabom.
E a inflação no ano que vem? O Itaú manteve a projeção de 4,5% para o IPCA de 2024. Rabelo e Passabom ponderam que o seu cenário não incorpora um eventual impacto de uma revisão da meta. Isso, explicam, tenderia a levar a projeção do ano para acima de 5%.
“Por outro lado, a manutenção da meta em 3%, um câmbio mais apreciado e uma menor inércia da inflação vinda de 2023 são riscos de baixa para nossa projeção. Ajustar a meta às projeções, e não vice-versa, seria manobra de risco, cujo resultado mais provável seria intensificar a desancoragem das expectativas”, afirmam ao comentar o impacto da redução do preço dos combustíveis, como o da gasolina.
Com Estadão Conteúdo