Gap anuncia que planeja deixar continente europeu em 2021

A gigante americana Gap informou nesta quarta-feira (21) que em função das dificuldades que vem enfrentando no mercado europeu há alguns anos, o grupo de moda (Gap, Banana Republic, Old Navy, Athleta, Intermix, Hill Citu e Janie and Jack marcas) está “iniciando uma revisão estratégica de opções” para seus negócios na Europa, o que pode levar ao encerramento das atividades no continente, informou Mark Breitbart, diretor da marca.

Segundo a Gap, o fechamento de todas as suas lojas pode acontecer no segundo trimestre de 2021 em suas filiais europeias, as quais se localizam na França, Reino Unido, Irlanda e Itália, correspondendo a um total de 152 estabelecimentos, incluindo cerca de 80 localizadas no Reino Unido. A decisão também afeta o espaço logístico do grupo na região, localizado em Rugby, Inglaterra.

O grupo também está trabalhando em outra opção, a de “transferir parte de suas atividades para terceiros por meio de uma proposta de ampliação do modelo de parceria”, favorecendo assim as franquias. Este sistema já envolve mais de 400 lojas em trinta e cinco países e quatorze sites de comércio eletrônico, informou a empresa.

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Criada em 1969 em San Francisco, nos Estados Unidos, por Donald Fisher, a empresa atingiu um faturamento de US$ 16,38 bilhões em 2019. Tinha 3.345 lojas operadas diretamente (mais 574 franquias) e 129.000 funcionários em 1º de fevereiro de 2020.

Na Europa, com 2.500 funcionários, as vendas de 2019 totalizaram US$ 539 milhões, ou seja, representando 3% das vendas mundiais.

O grupo com sede em São Francisco, que pediu emprestados 500 milhões de dólares para lidar com a crise, viu as vendas globais encolherem 18% no segundo trimestre, encerrado no final de agosto, com uma queda severa de 48% na atividade da rede de lojas, enquanto o seu volume de negócios e-commerce aumentou 95%. No continente europeu, as vendas da Gap caíram quase para metade em um ano, passando de US$ 131 milhões no segundo trimestre de 2019 para US$ 70 milhões no mesmo período em 2020.

Além da Gap, outras marcas de Fast Fashion enfrentam dificuldades

Além da divulgação feita pelo grupo Gap, outras companhias vêm expressando ao longo dos últimos anos preocupações em relação a crise do modelo “Fast Fashion”.

A multinacional sueca H&M divulgou há duas semanas atrás que irá fechar 250 lojas no mundo. Ao passo que em junho deste ano, o grupo dono da Zara anunciou o fechamento de 1.200 lojas após suas vendas caírem 44%.

Enquanto a Forever 21 informou sobre o plano de fechar 350 lojas no mundo, após seu pedido de recuperação judicial feito em setembro do ano passado. A varejista de moda possui um total de 800 lojas. Dessas, cerca de 178 terão suas atividades encerradas nos Estados Unidos. Grande parte dos pontos de venda da Forever 21 na Ásia e na Europa serão fechados.

Outra empresa que recentemente sofreu repercussão em relação à fechamento de lojas foi a C&A (CEAB3) após uma notícia ser divulgada na última segunda-feira (19) de que a marca estaria estudando a venda de sua participação nas operações da varejista no Brasil, entretanto a informação já foi desmentida pela própria companhia.

Diante do anúncio feito pelo Grupo Gap, Breitbart declarou que apesar da empresa já estar sofrendo dificuldades há algum tempo, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) acelerou ainda mais o declínio das vendas das redes de Fast Fashion no geral.

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Rafaela La Regina

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