O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, falou nesta segunda (27), sobre o alinhamento da autoridade monetária brasileira com a agenda de transição para a economia verde.
Segundo Galípolo, o Brasil, que tem uma das matrizes energética mais limpas do mundo, terá um custo bem menor que os demais países para fazer essa transição.
“O Brasil tem vantagens comparativas e competitivas na transição verde”, disse Galípolo, não deixando também de frisar a contribuição que a reforma tributária dará ao processo para a transição verde.
Galípolo lamentou os prejuízos materiais e, especialmente, humanitários causados pela enchente no Rio Grande do Sul e emendou que existem custos escondidos por trás da forma como se produz hoje no Brasil e no mundo, como as tragédias climáticas, por exemplo.
Campos Neto: é preciso manter serenidade e endereçar o que causou piora das expectativas
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (27) que contra expectativas não se luta, e sé preciso aceitá-las – e explica por que elas estão diferentes do cenário da autarquia.
“Temos de manter a serenidade e endereçar o que causou a piora das expectativas”, disse Campos Neto ao participar do “almoço empresarial”, organizado hoje em São Paulo pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
O presidente do Banco Central, como vem fazendo questão de enfatizar desde a divisão dos votos no Copom, disse que o fato de cinco diretores terem votado pelo corte de 0,25 ponto porcentual da Selic e outros quatro, pela redução de 0,50 ponto porcentual, gerou ruídos no mercado, mas que a autarquia tem se esforçado para comunicar que a decisão foi técnica.
“O tempo vai fazer com que pessoas entendam que decisões do BC são técnicas. Ao longo do tempo, o mercado entenderá que a reunião do Copom foi técnica e que a dúvida foi sobre o custo de não cumprir o forward guidance, que é um critério técnico”, disse.
Projeto de autonomia financeira endereça problema de falta de recursos
O presidente do BC também voltou a defender a autonomia administrativa e financeira da autarquia, que conta com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Senado.
Após lembrar da greve “muito dura”, que reduziu as atividades do BC ao essencial, e dos períodos longos sem concursos, o que prejudicou a renovação de quadros na instituição, Campos Neto frisou que o banco central tem problemas de recursos tanto humanos quanto financeiros.
“A solução seria ter autonomia administrativa e financeira”, defendeu Campos Neto, acrescentando que a PEC endereça o problema de falta de recursos.
Com Estadão Conteúdo