A Gafisa pode realizar uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para adquirir a Tecnisa, até sem a aprovação do controlador da concorrente, de acordo com informações publicadas na manhã desta sexta-feira (21) pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
As duas companhias informaram ao mercado, na última quinta-feira (21), que havia a possibilidade de uma fusão das duas empresa, com uma combinação de negócios que foi proposta pela Gafisa. A interessada na aquisição da Tecnisa, entretanto, pode realizar uma anexação da Tecnisa mesmo que a vontade do controlador da companhia não seja essa. As duas empresas possuem, juntas, um valor de mercado avaliado em R$ 1,4 bilhão.
A Tecnisa salientou na última quinta que o “Conselho de Administração da companhia irá se reunir, em caráter extraordinário, para avaliar, de forma detalhada, a Proposta Não Solicitada e o Pedido de Convocação”.
A Gafisa adquiriu 3,1% das ações da Tecnisa na bolsa de valores e solicitou a convocação de uma assembleia para que a negociação seja levada adiante pelos acionistas controladores e minoritários na mesma ocasião. Além disso, a companhia interessada na aquisição também pediu a votação da retirada de uma cláusula do estatuto da Tecnisa que veta a aquisição de uma fatia maior do que 20% na companhia. Caso esta última solicitação seja atendida, o caminho para a entrada de um sócio majoritário na Tecnisa ficaria aberto.
Esta potencial negociação pode tirar do poder o fundador da Tecnisa, Meyer Nigri, que nunca abriu mão do controle da empresa, mesmo depois de ter feito a abertura de capital da companhia em 2007. Nas mãos de Meyer e sua família estão 24% das ações atualmente. Os outros 76% dos papéis pertencem a milhares de acionistas minoritários. Caso o valor da OPA seja bom, eles não deverão tentar impedir a aquisição pela Gafisa.
