O empresário Nelson Tanure poderia entrar no conselho de administração da Gafisa. A empreiteira anunciou o nome do executivo junto a uma lista de outros possíveis membros do órgão.
Tanure é especialista em investir em empresas com problemas financeiros ou a beira da falência e assumir seus litígios. O empresário está ampliando sua participação na Pharol, antiga Portugal Telecom, que controla parte do capital da Oi. A Gafisa não quis comentar o eventual ingresso em seu conselho de Tanure.
Entretanto, as ações da empresa subiram nesta manhã na Bolsa de Valores de São Paulo. Isso porque Tanure estaria negociando sua entrada no capital da construtura.
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Conselho convocado pela Planner
O futuro conselho de administração da Gafisa será eleito pela assembleia geral extraordinária (AGE) no dia 15 de abril. A assembleia foi convocada pela Planner, administradora de fundos de investimento que detêm 18,55% do capital social da construtora.
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Esses fundos adquiriram a participação relevante em fevereiro, após a saída do capital da Gafisa da gestora GWI. Em leilão de ações, a gestora vendeu cerca de 33% de seus papéis e se tornou sócia minoritária. A partir aquele momento a construtora não tem um grupo controlador.
Poucos dias após o leilão, o controlador da GWI, o sul-coreano Mu Hak You convocou um reunião do conselho de administração. Nela, ele anunciou sua decisão de abandonar a presidência, passando o cargo para Augusto Marques da Cruz Filho.
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Além de Tanure, outros candidatos da chapa proposta para o conselho de administração são:
- André de Almeida Rodrigues, advogado,
- Antonio Carlos Romanoski, que atuou por 17 anos na companhia de energia Copel,
- Augusto Marques da Cruz Filho, ex-presidente do grupo Pão de Açúcar,
- Demian Fiocca, ex-presidente do BNDES,
- Roberto Portella, advogado,
- Thomas Cornelius Reichenheim, empresário.
O mandato do conselho termina em 2021.
Entretanto, o mercado criticou os nomes propostos para compor o conselho, principalmente por sua falta de experiência. Isso por causa da situação muito complicada enfrentada pela Gafisa. Por isso seria necessária uma certa delicadeza e uma profunda especialização dos gestores.
Aumento de capital
Além da eleição do conselho, cujo mandato termina em 2021, na pauta da AGE está a decisão de aumentar o capital da Gafisa. O limite do capital autorizado da companhia passaria das atuais 71.031.876 ações ordinárias para 120 milhões de ações ordinárias. Além disso, está prevista a discussão da contratação de uma consultoria para desenhar um novo plano estratégico para a empresa.
Outro ponto a ser deliberado na AGE é a suspensão do exercício de direitos do acionista GWI Asset Management e dos demais integrantes do Grupo GWI. A gestora chegou a controlar mais de 50,17% das ações da Gafisa, mas não chegou a publicar um edital de oferta pública de aquisição (OPA) da totalidade das ações.
Empresa em fase de recuperação
A construtora está tentando superar o período turbulento de comando da GWI. Seis meses muito complicados que se somaram à conjuntura difícil para o setor da construção. Um dos segmentos da economia brasileira mais duramente afetados pela recessão.
Mu Hak You prometeu recuperar rapidamente o valor da companhia, principalmente por meio da redução de custos. A partir de setembro de 2018, quando assumiu o controle da Gafisa, a GWI cortou funcionários, suspendeu pagamentos a fornecedores e fechou abruptamente a filial no Rio de Janeiro. Posições no alto escalão da construtora foram substituídas com advogadas sem muita experiência no setor das construções.
Esse conjunto de medidas não foi bem acolhido pelo mercado, e as ações da Gafisa na Bolsa começaram a despencar.
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