Os mercados futuros de Nova York operam em queda na manhã desta sexta-feira (24), após a China retaliar os Estados Unidos e determinar o fechamento do consulado norte-americano em Chengdu. Europa e Ásia fecham quem baixa, seguindo o mau humor universal.
Por volta das 7h20, os mercados futuros dos EUA operavam no vermelho. O S&P 500 futuro apresentava uma baixa de 0,13%, para 3.222,38 pontos. O mercado à vista do índice das 500 maiores empresas norte-americanas fechou o pregão da última quinta-feira (23) com uma queda de 1,23%.
O governo chinês determinou o fechamento do consulado norte-americano em Chengdu, uma cidade no sudoeste da China, em retaliação à determinação de Washington do fechamento do consulado chinês em Houston, na última quarta-feira (22).
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Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da China informou a embaixada dos Estados Unidos em Pequim para que interrompessem as atividades em Chengdu, com o prazo de 72 para o fechamento da unidade. Os diplomatas ali instalados têm até 30 dias para deixar o país.
No mesmo horário, o Dow Jones também caía, a 0,07%, para 26.523,0 pontos. Já a Nasdaq, por sua vez, recuava 0,62%, a 10.481,38 pontos. A bolsa da tecnologia, que já subiu mais de 20% neste ano, deve ter um pregão de alta volatilidade. O S&P 500 VIX, “indicador do medo” do mercado norte-americano, apresentava uma alta de 0,50%, para 28,92 pontos.
Segundo Edward Park, vice-diretor de investimentos da Brooks Macdonald, em entrevista ao “The Wall Street Journal”, esse é o momento em que as tensões estão mais elevadas desde a criação da nova lei de segurança nacional implementada pela China em Hong Kong. “O aumento da tensão EUA-China se ampliou para outras nações do mundo desenvolvido, incluindo o Reino Unido e a Austrália”, disse.
Na última quinta-feira, o porta-voz da chancelaria da China, Wang Wenbin, disse que o país “precisa escolher uma reação necessária e salvaguardar seus direitos legítimos” após as “reações insensatas” dos Estados Unidos. Neste ano, a relação entre os países foi agravada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e crescimento da tecnologia 5G chinesa no mundo, além da interferência chinesa em Hong Kong.
Em razão das tensões, o mercado asiático fechou totalmente em queda. A bolsa de Xangai, a SSE Composite, caiu quase 4%, sendo cotada a 3.196,77 pontos.
Segundo Janet Mui, diretora de investimentos da Brewin Dolphin, em entrevista à “Bloomberg”, não seria surpresa se o mercado obervasse um período de vendas elevado, já que os investidores estão voltados para a tensão geopolítica — que, por sinal, não é novidade.
A bolsa do Japão, Nikkei 225 encerrou o pregão com uma baixa de 0,58%. A bolsa de Hong Kong, a Hang Sang, fechou em baixa de 2,21%. Já KOSPI, mercado da Coreia do Sul, encerrou as negociações registrando -0,71%.
Na Europa, o mesmo tom dos futuros norte-americanos é observado, vide a extrapolação das tensões para outros países, como mencionado. Por volta das 7h40, o DAX 30, índice alemão, operava com uma baixa de 1,58%, a 12.896,65 pontos. O índice francês, CAC 40, registrava -1,36%, para 4.965,28 pontos. O britânico FTSE 100, por sua vez, apresentava uma baixa de 1,08%, para 6.144,50 pontos.
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O FTSE MIB, índice italiano, operava com uma queda de 1,35%, a 20.177,50 pontos. Enquanto isso, a Espanha cai 1,41%. O Euro Stoxx 50, maior índice acionário da zona do euro, recuava 1,49%, para 3.321,55 pontos.
No mesmo horário, o petróleo WTI apresentava uma alta de 0,78%, sendo negociado a US$ 41,39 o barril. Por sua vez, o petróleo Brent registrava um avanço de 0,69%, a US$ 43,61 o barril. O mercado da commodity procura retomar a tendência de crescimento após a gradual recuperação da demanda pelo produto.
Os mercados futuros e bolsas globais seguem atentas às incertezas causadas não somente pela pandemia, mas também pelas tensões globais acentuadas por ela.