Os futuros de Nova York operam em queda nesta quarta-feira (24), atentos ao crescimento dos casos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em território norte-americano. As bolsas europeias também caem após a divulgação de novas tarifas dos EUA em exportações. Os mercados asiáticos, por sua vez, fecharam sem direção única.
Por volta das 7h22, os mercados futuros dos EUA oscilavam negativamente. O S&P 500 futuro operava com uma baixa de 0,85%. Na última terça-feira (23), o índice das 500 maiores empresas estadunidenses fechou em alta de 0,43%, a 3.131,29 pontos.
O avanço da pandemia em alguns dos maiores estados dos EUA — como Arizona, Califórnia e Texas — levanta o alerta dos investidores que se mostravam mais otimistas com a recuperação econômica. Os governadores de Texas e da Flórida, disseram que as medidas de distanciamento social seriam intensificadas. Já o governador da Califórnia afirmou que seriam implementadas diretrizes mais rígidas novamente quanto às atividades de empresas e aglomerações.
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Segundo Charles Hepworth, diretor de investimentos da GAM Holding, em entrevista ao “The Wall Street Journal”, disse que “se isso piorar e for mais intenso, eles terão de bloquear novamente alguns desses estados”. “Os EUA têm praticamente a pior taxa de mortalidade de qualquer grande economia desenvolvida”.
O Dow Jones também caía 1,04%, para 25.749,0 pontos. A Nasdaq, por sua vez, recuava de 0,6%, a 10.139,25 pontos, ainda próxima da sua máxima histórica. O S&P 500 VIX, “indicador do medo” do mercado norte-americano, que mede a volatilidade dos ativos, subia quase 3%, para 32,92 pontos.
Em entrevista à “Bloomberg”, o diretor associado de pesquisa da WisdomTree, de Londres, Mobeen Tahir, disse que “os surtos deram aos mercados o lembrete desagradável de que a pandemia está longe de terminar e que a recuperação econômica pode ser mais lenta que o esperado”.
Assim como os futuros norte-americanos, as bolsas europeias tombam nesta quarta-feira. Os investidores estão atentos à intenção da Casa Branca de impor tarifas na ordem de US$ 3,1 bilhões (cerca de R$ 15,97 bilhões) sobre produtos do Reino Unido, França, Alemanha e Espanha. Os alvos das taxas estadunidenses seriam azeitonas e cerveja de malte, após a disputa de subsídios do governo a fabricantes de aeronaves.
A União Europeia (UE) também está avaliando se manterá a porta fechada para os viajantes dos EUA neste verão. Os conflitos entre europeus e norte-americanos “estão borbulhando há algum tempo”, segundo Jane Foley, diretora de estratégia de câmbio do Rabobank.
Às 7h35, o DAX 30, índice alemão, operava com uma baixa de 2,26%, a 12.242,80 pontos. O britânico FTSE 100 recuava 2,23%, para 6.178,95 pontos. O índice francês, CAC 40, caía 1,76%, para 4.929,72 pontos.
O FTSE MIB, índice italiano, operava com uma queda de 1,42%, a 19.558,50 pontos, já próximo do nível pré-pandemia. O Euro Stoxx 50, maior índice acionário da zona do euro, caía 1,82%, para 3.239,95 pontos.
Nos mercados asiáticos, os investidores estão de olho nas novas tensões entre as Coreias. No entanto, nesta quarta-feira, o KOSPI, bolsa da Coreia do Sul fechou em alta de 1,42%, após a Coreia do Norte suspender os planos militares direcionados contra seu vizinho.
O SSE Composite, de Xangai, encerrou o pregão com uma alta de 0,30%, a 2.979,55 pontos. A bolsa chinesa estará fechada nos próximos dois dias para o Festival do Barco do Dragão.
A bolsa de Hong Kong fechou com uma baixa de 0,54%. Já a bolsa do Japão, Nikkei 225, encerrou o pregão com uma queda de 0,07%, a 22.534,32 pontos.
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Às 7h40, o petróleo WTI caía 1,83%, sendo negociado a US$ 39,63 o barril. Por sua vez, o petróleo Brent registrava uma baixa de 1,48%, a US$ 42,42 o barril. Os preços da commodity procuram retomar a tendência de alta após a gradual recuperação da demanda, ao passo que as economias de todo o mundo reabrem.
Além disso, o mercado segue atento às perspectivas da economia global que serão divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quarta-feira, em seu novo relatório gerencial.
Os mercados globais e os futuros norte-americanos mostram-se atentos aos efeitos da pandemia na atividade econômica, mesmo em meio às tensões políticas que cercam as potências mundiais.