Os mercados futuros de Nova York reverteram a direção e operam em baixa na manhã desta quarta-feira (22). A escalada da tensão entre EUA e China, que deixou de ser pautada exclusivamente pela guerra comercial, preocupa os investidores. Da mesma forma, as bolsas europeias e asiáticas operam majoritariamente em queda.
Por volta das 7h15, os mercados futuros dos EUA operavam no vermelho. O S&P 500 futuro apresentava uma baixa de 0,46%, para 3.236,38 pontos. O mercado à vista do índice das 500 maiores empresas norte-americanas fechou o pregão da última terça-feira (21) com uma alta de 0,17%.
O mercado dos futuros dos EUA operava em alta até o Ministério das Relações Exteriores da China dizer que foi orientado pela Casa Branca a fechar seu consulado em Houston, no Texas. A decisão do governo norte-americano eleva as tensões entre as potências econômicas, deteriorada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
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Recentemente, o presidente Donald Trump reduziu as expectativas por um acordo na segunda fase da guerra comercial com a China, salientando a relação deteriorada. Além disso, segundo o jornal “The Wall Street Journal”, o governo chinês considera partir para a retaliação se a União Europeia (UE) seguir os EUA e barrar a operação das redes 5G da Huawei Technologies na região.
No mesmo horário, o Dow Jones também caía, a 0,44%, para 26.609,0 pontos. Já a Nasdaq, por sua vez, avançava 0,08%, a 10.859,50 pontos. A bolsa da tecnologia já subiu quase 20% neste ano, superando sua máxima histórica. O S&P 500 VIX, “indicador do medo” do mercado norte-americano, apresentava uma alta de 2,14%, a 28,42 pontos.
Contribuindo para o mau humor do mercado nesta quarta, na última terça o líder da maioria do Senado norte-americano, Mitch McConnell, afirmou que é improvável que o Congresso aprove rapidamente uma nova lei de estímulos fiscais, desejada pelo partido Republicano.
Os investidores também seguem de olho na continuação da divulgação dos resultados corporativos do segundo trimestre. A Microsoft, que já subiu 32% neste ano, apresentará seu balanço após o fechamento do pregão. Intel e Blackstone também apresentarão seus números.
As crescentes tensões extrapoladas à guerra comercial também impactam o mercado asiático. Com exceção da bolsa de Xangai, a SSE Composite, que subiu 0,37%, todos os principais mercados recuaram nesta quarta-feira.
Ken Wong, gerente de portfólio da Eastspring Investments, em entrevista ao “The Wall Street Journal”, disse que as notícias vindas de Washington “criaram muita incerteza”, o que alimentou as vendas nas bolsas asiáticas. Um aumento do número de infecções do coronavírus no Japão e Hong Kong também podem ter influenciado.
A bolsa do Japão, Nikkei 225 encerrou o pregão com uma baixa de 0,59%. A bolsa de Hong Kong, por sua vez, fechou em baixa de 2,25%. Já KOSPI, mercado da Coreia do Sul, encerrou as negociações estável registrando -0,01%.
De forma similar aos futuros de Nova York, os mercados europeus operam sem direção única após a abertura do pregão. Na zona do euro, o desemprego pode atingir quase 10% até o fim do ano enquanto a economia derrapa, de acordo com uma pesquisa da “Bloomberg”.
Na Europa, o ânimo pelo novo pacote de estímulos econômicos não durou muito nos mercados acionários. Por volta das 7h40, o DAX 30, índice alemão, operava com uma baixa de 0,50%, a 13.105,80 pontos. O índice francês, CAC 40, registrava -1,18%, para 5.044,07 pontos. O britânico FTSE 100, por sua vez, apresentava uma baixa de 0,92%, para 6.212,35 pontos.
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O FTSE MIB, índice italiano, operava com uma queda de 0,86%, a 20.545,50 pontos, acima do nível pré-pandemia. O Euro Stoxx 50, maior índice acionário da zona do euro, caía 0,93%, para 3.373,53 pontos.
Às 7h45, o petróleo WTI apresentava uma queda de 1,31%, sendo negociado a US$ 41,31 o barril. Por sua vez, o petróleo Brent registrava uma baixa de 1,22%, a US$ 43,78 o barril. O mercado da commodity procura retomar a tendência de crescimento após a gradual recuperação da demanda pelo produto.
Os mercados futuros e bolsas globais seguem atentas às incertezas causadas não somente pela pandemia, mas também pelas tensões globais acentuadas por ela.