Futuros de NY operam em queda após o melhor trimestre desde 1998

Os futuros de Nova York operam em queda na manhã desta quarta-feira (1), após encerrarem o melhor trimestre desde 1998 na última terça-feira (30). Os mercados norte-americanos mostraram-se mais otimistas, assim como as bolsas asiáticas que fecharam em alta. Os mercados europeus, por sua vez, apresentam quedas.

Por volta das 7h20, os mercados futuros dos EUA operavam em leve baixa. O S&P 500 futuro apresentava uma queda de 0,23%. Na última terça, o mercado à vista do índice das 500 maiores empresas norte-americanas fechou em alta de 1,54%, a 3.100,29 pontos. No trimestre encerrado em junho, o índice apresentou um ganho de 20%.

A empolgação dos investidores, no entanto, foi mitigada na segunda metade do mês passado. Com relatos diários de mais de 40 mil casos confirmados da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) — o que não era observado há semanas –, a real chance de uma recuperação da economia estadunidense no curto prazo foi colocada em xeque.

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Os últimos três meses foram alimentados pelos fortes estímulos financeiros do Federal Reserve (Fed), injetando mais de US$ 3 trilhões (cerca de R$ 16,39 trilhões) no combate à pandemia. A autoridade monetária central do país, inclusive, estendeu sua compra de títulos privados para sustentar o mercado financeiro.

Por volta do mesmo horário, o Dow Jones também caía 0,38%, para 25.591,0 pontos. A Nasdaq, por sua vez, recuava 0,15%, a 10.133,62 pontos. O S&P 500 VIX, “indicador do medo” do mercado norte-americano, que mede a volatilidade dos ativos, subia 1,31%, a 31,23 pontos.

Nasdaq liderou as altas do trimestre, com um avanço de 31%. Fonte: Bloomberg

Segundo Jerome Powell, presidente do Fed, “o consumo e outras atividades da economia se recuperaram das medidas de restrição à pandemia mais rapidamente do que esperávamos”. Entretanto, em encontro com o Congresso na última terça, Powell salientou que um segundo surto do coronavírus prejudicaria a confiança do público e colocaria partes da economia em risco.

Já na Europa, de forma simular aos futuros, os mercados também operam em baixa, mesmo com a menor contração da indústria da zona do euro em junho. Às 7h40, o DAX 30, índice alemão, operava com uma queda de 0,97%, a 12.198,05 pontos.

O britânico FTSE 100, por sua vez, apresentava uma baixa de 0,69%, para 6.127,75 pontos. O índice francês, CAC 40, registrava -0,87%, para 4.893,09 pontos.

O FTSE MIB, índice italiano, operava com uma queda de 1,03%, a 19.180,50 pontos, próximo do nível pré-pandemia. O Euro Stoxx 50, maior índice acionário da zona do euro, caía 0,80%, para 3.209,55 pontos.

Na Ásia, novos sinais de que a recuperação econômica chinesa está ganhando força foram divulgados. A atividade industrial chinesa cresceu a um ritmo mais forte no mês passado depois que o governo suspendeu as medidas de restrição em razão da pandemia.

O PMI de indústria do Caixin/Markit divulgado nesta quarta subiu para 51,2 em junho, ritmo mais rápido desde dezembro, frente a 50,7 em maio. Qualquer resultado acima de 50 representa um avanço no segmento.

Segundo Gerard Fitzpatrick, em entrevista ao jornal “The Wall Street Journal”, “a tendência geral desses números deve ser uma melhoria, mas ainda é negativa por enquanto”.

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O SSE Composite, de Xangai, encerrou o pregão com uma alta de 1,38%, a 3.025,98 pontos. A bolsa do Japão, Nikkei 225 encerrou o pregão com um baixa de 0,75%. A bolsa de Hong Kong fechou com uma alta de 0,52%. Já KOSPI, da bolsa da Coreia do Sul, encerrou as negociações registrando -0,08%.

Às 7h45, o petróleo WTI apresentava uma forte alta de 2,34%, sendo negociado a US$ 40,20 o barril. Por sua vez, o petróleo Brent registrava um avanço de 2,33%, a US$ 42,23 o barril. Os preços da commodity procuram retomar a tendência de crescimento após a gradual recuperação da demanda pelo produto, enquanto as economias mundiais tentam reabrir.

O mês passado foi de forte otimismo sobre a expectativa da recuperação econômica em resposta à pandemia. No entanto, os riscos de uma segunda onda pairam sobre os investidores, refletindo nos mercados futuros e as bolsas globais.

Jader Lazarini

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