O valor das fusões e aquisições registrou uma queda de 50% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo intervalo de 2019, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Os número referentes às fusões e aquisições caíram para o nível mais baixo desde o pico da crise da dívida da zona do euro, para pouco mais US$ 1 trilhão (equivalente a R$ 5,44 trilhões) em 2020. O resultado marca o primeiro semestre mais fraco desde o ano de 2012.
Com a pandemia do novo coronavírus, os mercados financeiros sofreram forte impacto no primeiro trimestre e foram paralisadas vários atividades em todo o mundo. Nesse sentido, reuniões presenciais, essenciais para a concretização desses contratos, se tornaram quase impossíveis.
Esses acordos anotaram uma baixa mais acentuada no continente americano, onde o valor dos negócios apresentou uma queda de 69% nos primeiros três meses de 2020.
Não obstante todos os grandes setores tenham sentido os efeitos da crise, o segmento financeiro se saiu melhor do que a maioria. O setor foi estimulado pela oferta de US$ 30 bilhões da corretora de seguros Aon pela Willis Towers Watson, assim como pela proposta de US$ 13 bilhões do Morgan Stanley para a aquisição da E * Trade Financial.
Segundo a pesquisa da Bloomberg, os três assessores de fusões e aquisições, atualmente com foco nas Américas, foram o
- Morgan Stanley;
- Goldman Sachs;
- JPMorgan Chase.
Fusões e aquisições caem na Europa, Oriente Médio e África
Ao mesmo tempo, os acordos com alvos nas regiões da Europa, Oriente Médio e África registraram uma retração de 32%. Entre os grandes contratos que ajudaram a evitar números ainda mais fracos incluem a aquisição alavancada de US$ 19 bilhões da unidade de elevadores da Thyssenkrupp pela Advent International e Cinven.
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Além disso, houve um recente aumento da atividade no Oriente Médio, abarcando a venda de uma fatia de US$ 10,1 bilhões por Abu Dhabi em sua rede de gasodutos, a maior transação em infraestrutura de 2020 até o momento.
De acordo com os dados da Bloomberg, os assessores mais ocupados na região que compreende a Europa, África e Oriente Médio foram:
- Goldman Sachs;
- JPMorgan;
- Rothschild.
Acordos na região da Ásia-Pacífico tem melhor desempenho
Os acordos presentes na região da Ásia e do Pacífico apresentaram o melhor desempenho. Os volumes tiveram uma baixa de somente 7% e a maioria dos setores mostraram quedas menores em relação a outras regiões do mundo.
Segundo o levantamento os bancos mais ativos em acordos na região foram:
- Morgan Stanley;
- HSBC;
- JPMorgan.
O segmento que contempla empresas de tecnologia, mídia e telecomunicações registrou um crescimento de 13%, estimulado pela unidade digital do bilionário indiano Mukesh Ambani, que atraiu US$ 15 bilhões em investimentos de companhias como Facebook e KKR. Outro acordo que impulsionou o volume de fusões e aquisições foi a venda da divisão asiática da Tesco o para bilionário tailandês Dhanin Chearavanont por mais de US$ 10 bilhões.