Em um cenário de maior volatilidade nos mercados globais, a indústria brasileira de fundos de investimento encerrou fevereiro com uma saída líquida de R$ 810,1 milhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
De acordo com dados compilados até 25 de fevereiro, a maior contribuição negativa no último mês partiu dos fundos multimercados, com resgate líquido de R$ 18,06 bilhões. Na sequência, os fundos de ações tiveram saída líquida de R$ 10,93 bilhões.
Fundos de previdência e fundos de índice (ETFs) também encerram o último mês no terreno negativo, com resgate de R$ 103,8 milhões e R$ 778 milhões, respectivamente.
Já o destaque positivo de fevereiro ficou com os fundos de renda fixa, que captaram R$ 27,8 bilhões. O movimento acontece em meio a um cenário de grande incerteza, com guerra na Ucrânia, aumento da inflação global e subida dos juros, levando o investidor a buscar aplicações mais conservadoras. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, mais recente, a expectativa é de que a taxa Selic encerre 2022 em 12,25% ao ano.
Atenção ainda para os fundos cambiais, que acompanham a valorização do dólar – moeda considerada um “porto seguro” em momentos de grande incerteza –, com entrada líquida de R$ 768,5 milhões.
Apesar do desempenho negativo em fevereiro, a indústria tem uma captação líquida (aportes menos resgates) de R$ 1,47 bilhão no ano. Em 12 meses, o resultado também é positivo, em R$ 356,1 bilhões.
Segundo a Anbima, a indústria brasileira de fundos encerrou fevereiro com um patrimônio líquido de R$ 6,9 trilhões.
Renda variável tem rentabilidade maior
Em fevereiro, apesar da forte saída de investidores de estratégias de ações, as maiores rentabilidades partiram de fundos de renda variável. No período, se destacaram os fundos “Ações FMP-FGTS”, “Ações Setoriais” e os “Mono Ações”, com retornos de 9,18%, 9,07% e 5,42%, respectivamente, segundo os dados da Anbima.
Na renda fixa, o melhor desempenho ficou com a subcategoria “duração alta grau de investimento”, com retorno de 1,12%. Já entre os multimercados, os fundos “macro” lideraram os ganhos, com retorno médio de 1,79%.