Vale a pena investir em fundos imobiliários com aumento do home office?

Após quase um ano da chegada do coronavírus (Covid-19) no Brasil, alguns Estados do País ainda adotam restrições de circulação mais rígidas na tentativa de conter o contágio da doença. Desde que o novo vírus apareceu, o mercado financeiro, incluindo ações e fundos imobiliários (FIIs), está enfrentando certas volatilidades e incertezas.

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Na última quinta-feira (11), por exemplo, o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o Estado entrará na fase emergencial a partir de segunda-feira (15). O anúncio das restrições mexeram diretamente o ICON, principal índice do varejo da B3,  com fundos imobiliários e com algumas ações.

Com as restrições mais rígidas, o home office passa a ser obrigatório para todas as atividades administrativas não essenciais, pois os escritórios terão que fechar, mais uma vez. O aumento do tele trabalho causado pelo avanço do coronavírus tende a preocupar alguns investidores de FIIs.

A vacância de escritórios saltou de 13% no primeiro trimestre de 2020 para 17,29% no quarto, em média de todo o Brasil, segundo a consultoria Buildings.

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De acordo com a Buildings, o aumento da taxa de vacância dos escritórios é causado, majoritariamente, pela pandemia, que obrigou pessoas a adotarem o isolamento social.

Parte da alta na vacância de escritórios também foi causada pela crise econômica, gerada pela covid-19, que obrigou muitas empresas a fecharem.

Além disso, os fundos imobiliários focados em escritórios se viram com dificuldade de aumentar os preços por conta da baixa procura.

Frente a isso, o SUNO notícias buscou especialistas para desvendar a dúvida que paira pelo ar: Ainda vale a pena investir em fundos imobiliários de escritórios?

É preciso um olhar mais crítico

Para o analista CNPI, Jacinto Pedro Neto, ainda vale a pena investir em FIIs de escritórios. No entanto, ele destaca que o olhar do investidor tem que ser mais crítico em meio ao cenário atual.

Ele explica que edifícios de alto padrão construtivos, em regiões mais tradicionais tendem a sofrer menos com a vacância. “Tem que ver a dinâmica do bairro, em especial quais são os edifícios de alto padrão construtivo que estão ali, qual a vacância da região, qual o preço médio de locação por metro quadrado ali”.

Esses dados podem ajudar o investidor na hora de tomar uma decisão. É possível encontrá-los no site do Funds Explorer, através da ferramenta Funds Data.

Escritórios não são “um bolo só”

Já para o investidor André Bacci, especialista em FIIs, “home office não é tudo ou nada e nem escritórios é um bolo só”.

Bacci lembra que antes da pandemia haviam regiões centrais de escritórios com alta demanda, seguidas por regiões secundárias que estavam  em desenvolvimento e com alguma vacância. Além disso, havia uma terceira região que tinham alta vacância e pouca perspectiva de melhora.

Com isso, o especialista destaca que “veio a pandemia e essas grandes relações não se alteraram, de forma que deve se olhar para escritórios com base nisso para escolher estratégia”.

Ele explica que o investidor que pretende focar na renda sem se preocupar com home office, é interessante voltar o olhar para as regiões centrais.

Por outro lado, quem quiser focar em ganho de capital deve olhar para as regiões secundárias. Essas regiões tiveram um impacto da vacância maior e mais rápido, no entanto, Bacci considera que a recuperação deve acontecer na mesma dinâmica.

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Por fim, ele comenta sobre as regiões periféricas. Segundo o especialista, essa divisão deve ser evitada, “dado que qualquer ganho que se tenha pode acabar corroído pelo custo de oportunidade do longíssimo tempo de recuperação nessas regiões que nem tinham perspectiva de ocupar antes da pandemia”.

Investindo em fundos imobiliários com cuidado

Antes de qualquer investimento em ações ou fundos imobiliários é importante ressaltar que quitar as dívidas e fazer uma reserva de emergência deve sempre ser a prioridade. Os analistas da SUNO Research sempre salientam que é necessário antes poupar dinheiro para depois investir, e nunca se endividar para investir ou investir endividado. Esta matéria não é uma recomendação de investimento.

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Laura Moutinho

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