FIIs de papel ou de tijolo: qual opção escolher após a alta da Selic?

2024 não foi um ano muito positivo para os fundos imobiliários, especialmente por conta da pressão sofrida pela alta dos juros – na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic pela terceira vez seguida, para 12,25% ao ano. Em meio a este cenário, o Ifix, índice brasileiro de FIIs, acumula uma variação negativa de mais de 10% no ano. 

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Mesmo com o mercado em baixa, ainda há oportunidades interessantes para quem deseja investir em fundos imobiliários. Seja aproveitando descontos nas cotas ou mirando proventos elevados, os FIIs podem desempenhar um papel estratégico em uma carteira diversificada.

Dentro deste contexto, escolher entre FIIs de papel e FIIs de tijolo se torna uma decisão importante. Os fundos de papel, atrelados a índices como CDI e IPCA, podem oferecer retornos mais atrativos com os juros elevados. Por outro lado, os fundos de tijolo, apesar da pressão negativa, apresentam oportunidades de longo prazo em segmentos específicos.

FIIs de papel podem se beneficiar da alta da Selic

Os fundos imobiliários de papel são compostos principalmente por CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Esses ativos têm suas correções atreladas ao CDI ou à inflação (IPCA), tornando-os uma opção mais interessante em um cenário de juros elevados.

“Os fundos de papel têm sua maior parte em CRIs, em que há correção em CDI e IPCA tendendo a acompanhar a alta dos juros ou da inflação, mantendo retornos atrativos”, explica Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

Esse tipo de FII se destaca especialmente para investidores que buscam rendimento consistente em períodos de altas taxas de juros.

No entanto, o especialista alerta sobre os riscos. “É fundamental diversificar e observar a qualidade dos ativos e emissores no portfólio dos fundos. A inadimplência ou deterioração dos emissores dos CRIs pode comprometer os rendimentos ou o patrimônio do fundo”, diz ele.

Além disso, quando os juros começam a cair, o valor das cotas pode sofrer impacto negativo, já que os rendimentos futuros projetados tendem a diminuir.

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Fundos de tijolo estão descontados?

Os FIIs de tijolo, que investem em imóveis físicos como shoppings, lajes corporativas e galpões logísticos, enfrentam maior pressão em períodos de juros altos.

“Com a alta taxa de juros, os fundos de tijolo tornam-se menos atrativos, já que os investidores comparam os seus dividendos com os retornos mais seguros na renda fixa, como ativos pós-fixados e ativos atrelados ao IPCA”, explica Bento.

Ainda assim, o especialista destaca que existem oportunidades estratégicas para investidores atentos, especialmente para aqueles que pensam no longo prazo. “Apesar do impacto negativo dos juros altos, investidores podem aproveitar oportunidades em FIIs de tijolo observando desconto nos preços das cotas e setores mais resilientes, como logística, lajes corporativas em regiões premium e shopping centers”, sugere o especialista.

Contudo, de acordo com o sócio da GT Capital, a diversificação e a seleção criteriosa são fundamentais para evitar armadilhas. “Acredito que mesmo em cenários desafiadores, a seleção criteriosa de fundos imobiliários de tijolo pode trazer boas oportunidades, especialmente para investidores que buscam valorização de longo prazo e diversificação em ativos reais”, conclui Bento.

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Giovanna Oliveira

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