Veja os 5 fundos imobiliários do IFIX que mais pagaram dividendos em 2023. O que esperar para 2024?

O IFIX apresentou uma retomada significativa em 2023. Até o último dia 18 de dezembro, o índice de fundos imobiliários acumulava ganhos de 11,52%, aos 3.197,51 pontos. Um cenário positivo para os investidores desta modalidade, já que além da variação no preço da cota, a pontuação do IFIX também considera os dividendos distribuídos pelos FIIs que o compõem.

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Em outras palavras, o IFIX é um índice que considera o retorno total dos FIIs, ou seja, sua pontuação também é formada como se teoricamente os dividendos pagos pelos fundos tivessem sido reinvestidos no próprio FII. Por isso, os fundos do IFIX que pagaram rendimentos elevados em 2023 também participaram desse avanço relevante do índice.

Em valores financeiros por cota, os dados da Economatica apontam que os 5 fundos imobiliários do IFIX que mais pagaram dividendos em 2023 foram:

Nome do FIITICKERSegmentoDividendos por cota (em 2023) – Até 15/12/2023
Hotel MaxinvestHTMX11HotéisR$ 22,92
Hedge Brasil ShoppingHGBS11ShoppingsR$ 19,50
Cartesia Recebíveis ImobiliáriosCACR11PapéisR$ 17,46
TG Ativo RealTGAR11Fundo de desenvolvimentoR$ 16,47
Urca Prime RendaURPR11PapéisR$ 14,82

Outra forma utilizada para comparar os dividendos dos fundos imobiliários do IFIX é considerar o Dividend Yield (DY) desses FIIs, que é a relação dos dividendos distribuídos no período pelo valor de sua cota.

A partir desse novo critério (percentual do DY), os dados da Economatica mostram que os 5 fundos imobiliários que mais pagaram dividendos em 2023 foram:

Nome do FIITICKERSegmentoDividend Yield (DY) em 2023 – até 18/12
Bluemacaw LogísticaBLMG11Imóveis Industriais e Logísticos20,64%
Devant Recebíveis ImobiliáriosDEVA11Papéis20,15%
Hectare CEHCTR11Papéis18,08%
Urca Prime RendaURPR11Papéis17,56%
Cartesia Recebíveis ImobiliáriosCACR11Papéis17,50%

Em ambas as listas, nota-se uma predominância dos fundos de papel. Mas será que esse segmento continuará se destacando no pagamento de dividendos de FIIs em 2024? Confira a seguir o que apontam os especialistas.

Dividendos dos FIIs: quais são as expectativas para 2024?

Sobre as expectativas em relação aos FIIs para 2024, o sócio-fundador da Manatí Capital, Eduardo Mekbekian, diz que a apesar das perspectivas de flexibilização da taxa básica de juros em função do arrefecimento da inflação e da atividade econômica, o Brasil ainda passa por alguns riscos macroeconômicos de origem fiscal.

Assim, embora a perspectiva seja positiva para os FIIs em 2024 (tanto os de tijolo, quanto os de papel), a presença desses riscos faz com que, segundo a visão do especialista, o investidor tenha que olhar de forma mais atenta para os fundos imobiliários de gestão ativa, principalmente para os hedge funds FIIs.

Os hedge funds são fundos mais flexíveis, que conseguem se posicionar de forma estratégica em cenários diferentes da macroeconomia, potencialmente gerando maiores retornos em períodos de oscilação.

Em uma análise geral sobre os dividendos dos FIIs, Mekbekian acredita em uma melhora nos resultados operacionais dos fundos em 2024, o que pode impulsionar esses rendimentos.

“A gente acredita que deve haver uma melhora operacional dos fundos, seja para os fundos de tijolo ou de papel. No caso dos FIIs de tijolo, quando se reduz muito a vacância e a oferta de ativos, isso acaba trazendo um cenário muito mais promissor para o proprietário dos imóveis, e isso deve acontecer em alguns segmentos específicos, como o mercado de ativos logísticos, corporativos e de shoppings”.

Ou seja, cada um dos setores será impactado de formas diferentes, fazendo com que a análise microeconômica sobre cada um deles seja importante para a manutenção ou até mesmo para um posterior aumento no valor dos dividendos de FIIs.

Para Laercio Boaventura, sócio fundador e diretor de investimentos da Vectis Gestão, os FIIs de papel indexados ao CDI devem “perder espaço” em 2024, já que terão uma menor capacidade de pagamento de dividendos quando comparados aos indexados à Inflação e aos FIIs de tijolos que estejam com bons ativos com alto percentual de locação em seus portfólios.

Já Pedro Klüppel, sócio da Guardian Gestora, diz que caso a expectativa de valorização do IFIX e de novos cortes da Selic se concretizem, deve ocorrer uma pressão no patamar de dividendos, devido ao nível de preço que se encontrarão as cotas dos fundos.

“Valorização do IFIX como um todo também deverá destravar valor na carteira de FOFs, possibilitando um patamar mais robusto de resultado para distribuição. Além disso, à medida que novas captações forem ocorrendo com sucesso (em meio a um cenário de juros mais calmos), o ingresso de novos recursos na indústria poderá intensificar o movimento de reciclagem da carteira de ativos dos fundos, principalmente nos FIIs de Tijolo, também destravando valor a ser distribuído [em dividendos] aos investidores”, completa Klüppel.

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João Vitor Jacintho

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