Os fundos imobiliários tiveram, em geral, um mês ruim em março. O IFIX, principal índice de FIIs da bolsa, retrocedeu 1,38% nesse período, fechando em 2.846 pontos.
Em parte, esse movimento geral dos fundos imobiliários foi causado pela alta da Selic e pela perspectiva de que a taxa oficial de juros voltará a avançar no futuro – com o Banco Central deixando em aberto a possibilidade em sua ata do Copom. Com a renda fixa valorizando, é um movimento normal os investidores acabarem optando por ela.
Os fundos de tijolos continuam ser as principais baixas entre os fundos imobiliários, sofrendo os impactos das restrições impostas por autoridades com o avanço do coronavírus – o que tende a fechar comércios e escritórios no curto prazo e, no médio, a aumentar a inadimplência.
Confira os fundos imobiliários que mais caíram em março:
- Pátria Edifícios Corporativos (PATC11): -19,56%
- Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11): -12,25%
- Covepi Renda (GGRC11): -11,49%
- Rec Recebíveis (RECR11): -8,87%
- Tellus Properties (TEPP11): -7,85%.
O SUNO Notícias foi atrás dos motivos que podem ter provocado as variações de preços destes fundos imobiliários. Vale ressaltar que esta não é uma recomendação de investimentos.
Confira as explicações:
Pátria Edifícios Corporativos registra maior queda após amortização
O Pátria Edifícios Corporativos liderou as perdas de março por um ajuste no valor de suas cotas após uma amortização extraordinária. Os gestores do fundo optaram por distribuir R$ 49,9 milhões do caixa do fundo aos cotistas ao reavaliarem o pipeline de aquisições em meio às incertezas com a pandemia, macroeconomia e a maior adesão ao home office.
Com isso, os cotistas receberam R$ 14,35 por cota em 26/3 e o valor global foi descontado da cota, provocando a queda no valor negociado em bolsa.
O Pátria faz parte do grupo de fundos imobiliários do tipo tijolo, com foco em lajes corporativas. Ele possui cinco ativos em São Paulo sendo que no final de março fez sua aquisição mais recente: comprou um andar em um edifício classe A na região da Avenida Paulista de São Paulo por R$ 17,3 milhões.
No começo do mesmo mês, o fundo havia comprado outro ativo, no Edifício Roberto Marinho Square, também em São Paulo, por R$ 20,9 milhões.
O fundo aposta em aquisições mesmo em um momento em que sua vacância vem avançando, chegando, a física, a 15,2% e a financeira em 10,3% neste ano – com mais vencimentos de contratos previstos.
Iridium Recebíveis Imobiliários
É um fundo de papel que se encontra no meio da sua nona emissão de cotas, sendo que cada um desses novos papeis foi vendido pelo valor unitário de R$ 102,69, preço bem aquém do valor de R$ 134,12 reais em que era negociado no último dia de março, o que pode estar gerando a desvalorização, com o mercado igualando as cotas que já estão sendo negociadas com às que, no futuro, serão colocadas na B3.
Covepi Renda
É outro dos fundos imobiliários do tipo tijolo que aparecem na lista, este focado em galpões de logística. A companhia, nos últimos dois meses, pagou dividendos menores do que a média, de R$ 0,60 por cota.
Rec Recebíveis
Em março, este FII do tipo papel viu uma de suas devedoras, com saldo de R$ 9,5 milhões a ser quitado, ser alvo de uma liquidação extrajudicial do Banco Central. O valor representa 0,7% do patrimônio líquido sobre gestão.
Tellus Properties fica por último em maiores quedas dos fundos imobiliários
O Tellus Properties é mais dos fundos imobiliários do tipo tijolo na lista. Ele concluiu recentemente a aquisição de dois conjuntos no Condomínio São Luiz, em São Paulo, por R$ 26,5 milhões, utilizando parte da sua terceira emissão de cotas, em que levantou R$ 53,2 milhões em fevereiro, a despeito da sua vacância ter voltado a crescer em fevereiro, para 19%, após quatro meses com tendência de queda.