Em março, os fundos imobiliários de papel foram os grandes destaques do setor. Com o Banco Central brasileiro aumentando a taxa Selic, e deixando em aberto a possibilidade de novos acréscimos no futuro, esses ativos acabaram performando bem.
Muitos desses fundos imobiliários de papel são indexados ao CDI (certificados de depósitos interbancários), que são impulsionados pela alta do juros, ou a índices de inflação, que também estão avançando e que são em parte responsáveis pela alta da Selic.
Das cinco principais altas, quatro são de fundos imobiliários de papel e apenas um é de tijolo – este subindo por situações especiais. Esses ativos avançam mesmo com o IFIX recuando: o índice, o principal de FIIs da B3, fechou março retrocedendo 1,38%.
Confira os fundos imobiliários que mais avançaram em março:
- Valora RE III (VGIR11) +8,44%
- BB Progressivo (BBFI11B) +8,03%
- Santander Papéis Imobiliários (SADI11) +5,16%
- Ouroinvest JPP (OUJP11) +5%
- BTG Pactual Crédito Imobiliário (BTCR11) +4,64%
O SUNO Notícias foi atrás dos motivos que podem ter provocado as variações de preços destes fundos imobiliários, fora o impacto já mencionado da possível alta dos juros. Vale ressaltar que esta não é uma recomendação de investimentos.
Confira as explicações:
Valora RE III tem maior valorização entre os fundos imobiliários
O fundo de papel Valora RE II, gerido pela Valora Investimentos, é focado em CRIs e vem se beneficiando com a tendência de alta da Selic, uma vez que 83,4% dos seus investimentos estão em CRIs indexados ao CDI.
Em março, o este FII não divulgou notícias relevantes que possam ter impulsionado o valor de suas cotas.
BB Progressivo
O BB Progressivo II, gerido pelo BTG Pactual, é o único FII de tijolo na lista dos fundos imobiliários que mais se valorizaram. Ele é focado em lajes corporativas e possui dois ativos, um no Rio de Janeiro e outro em Brasília, e se recupera de uma sequência de quedas que vinham acontecendo desde o fim de outubro do ano passado – chega, agora, ao valor que tinha no dia 28 daquele mês.
O fundo começou a cair quando um de seus contratos de locação, relativo ao ativo do Rio de Janeiro, venceu. O FII aluga seus dois prédios ao Banco do Brasil: o de Brasília parcialmente e do Rio de Janeiro totalmente.
O contrato do prédio carioca é agora renovado mensalmente, mas, até então, não há sinalização de que o banco deixará o prédio. As duas partes estavam no último comunicado divulgado em fevereiro negociando um novo acordo.
Já quanto ao ativo de Brasília, que é alugado ao banco estatal apenas parcialmente, o fundo afirma que vem aplicando melhorias para deixa-lo mais atrativo ao mercado.
Santander Papéis Imobiliários
Outro FII de papel entre as maiores altas dos fundos imobiliários. O Santander Papéis surfou na alta da Selic, uma vez que tem 87,7% do seu patrimônio em CRIs, sendo 100% destes indexados ao CDI.
Ouroinvest JPP
Fundo de papel gerido pela JPP Capital, tem 93% de seus ativos investidores em CRIs, sendo 41% desses indexados ao IPCA + 6,9%, 38% ao CDI + 3,7% e 20% ao IGP-M + 7,9%.
Está, nesse momento, realizando sua quarta emissão de cotas, tendo levantado até agora, com o fim do período de preferência no início de março, R$ 28,6 milhões dos R$ 100 milhões esperados.
BTG Pactual Crédito Imobiliário fica por último entre altas dos fundos imobiliários
Também um fundo de papel, é administrado pelo BTG Pactual e possui 53% da sua carteira indexada ao IPCA + 5,75% e 42% em D.I. + 2,25%. Com a inflação e o juros em tendência de alta, se valorizou da movimentação.
Foi um dos fundos imobiliários que apareceu na carteira recomendada para março do BTG Pactual.