Os fundos imobiliários já subiram demais? Veja o que dizem os especialistas

O mercado de fundos imobiliários está em alta. O IFIX, principal índice de FIIs da bolsa de valores, acumula em 2024 uma alta de 2,36%. Nos últimos 12 meses, a valorização já ultrapassa 22%. A dúvida de muitos investidores é se os fundos já se apreciaram demais ou se terão espaço para novas altas.

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Na visão de especialistas, o mercado de fundos imobiliários não está tão esticado quanto parece. Pelo contrário, ainda há diversos segmentos com fundos com cotas depreciadas, ou seja, com desconto em relação aos seus valores patrimoniais. Isso significa que a alta do IFIX não é generalizada.

De acordo com estudo da XP, de 10 segmentos de fundos do IFIX, apenas 4 são negociados no valor patrimonial ou acima.

Neste caso, quando um fundo tem suas cotas na bolsa negociadas abaixo do seu valor patrimonial, teoricamente, há um desconto. Os setores mais “descontados” são de lajes corporativas, agronegócio e fundos de papéis. Veja abaixo:

Na visão de Pedro Dafico, analista da Suno Research, há alguns setores que ainda não apreciaram suas cotas da mesma forma que outros segmentos, pelo menos nesta primeira pernada de valorização do IFIX”. Em sua visão, o IFIX pode passar por uma segunda onda de valorização.

E na visão de diversas gestoras, o movimento de alta pode estar ainda no início, com possibilidade de crescimento no número de investidores em FIIs, à medida que a renda fixa tradicional deixa de ter a mesma rentabilidade quando a Selic alcançou 13,75% em 2023.

Juros em queda e migração para renda variável explica o sucesso dos fundos imobiliários na bolsa de valores

Para quem acredita que esse ciclo de alta está no final, os especialistas destacam o contrário. A Manatí Capital, gestora do MANA11, reforça que apesar dos desafios da economia brasileira, percebe-se que a macrotendência para os FIIs é de continuidade da valorização, seguindo o movimento de afrouxamento das taxas básicas de juros pelo Banco Central.

Como afirma a TG Core, gestora do TGAR11, o cenário para os fundos imobiliários é positivo, já que juros mais baixos reduzem o custo de oportunidade que é ligado ao CDI.

Outro aspecto importante é que os juros menores também servem de incentivo para investidores alocarem seus recursos em ativos de renda variável, como os FIIs.

A RB Asset, gestora do RRCI11 e RFOF11, segue na mesma linha. Esse movimento de alta dos FIIs é explicado pela migração gradual dos investidores para os FIIs, “acompanhando a queda da taxa de juros, assim como relevante desconto perante seus valores patrimoniais”.

E a expectativa do mercado é de novas quedas dos juros daqui para frente. A Guardian Gestora, responsável pelo GARE11 e GAME11, prevê uma taxa Selic entre 9,25% a 9,5%. Nesse patamar, alcançar 1% ao mês com produtos mais conservadores é mais complicado, o que ajuda a fomentar a bolsa de valores.

Com um cenário de valorização de cotas e ainda com muitos fundos imobiliários negociados abaixo do valor patrimonial, existem muitas oportunidades de bons negócios nos diferentes segmentos do mercado. Porém, Pedro Dafico alerta que é importante avaliar caso a caso para não cair em “cilada”. “Não é porque estão com desconto que todos são uma grande oportunidade”, finaliza o analista.

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Gustavo Bianch

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