VISC11, RBRD11: Veja os 5 fundos imobiliários que mais caíram no mês

Em um período negativo para a indústria de fundos imobiliários, o IFIX, principal índice de FIIs da B3, terminou agosto com um recuo de 2,54%. Por mais que o mês tenha sido pesado para a classe de ativos, alguns fundos tiveram desempenho ainda pior.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/10/Lead-Magnet-1420x240-1.png

Por particuliaridades dos ativos ou, então, pela expectativa de intensidade do ciclo de alta da taxa básica de juros da economia (Selic), alguns fundos imobiliários foram fortemente impactados no oitavo mês do ano.

O IFIX cai mais de 4% no acumulado de 2021, contudo, o viés negativo não faz com que a onda de emissões de FIIs diminua. Inclusive, alguns deles integram a lista dos piores fundos de agosto.

Confira os fundos imobiliários que mais caíram em agosto:

  • XP Corporate Macaé Fundo de Investimento Imobiliário (XPCM11): -22,96%
  • Vinci Shopping Centers Fundo de Investimento Imobiliário (VISC11): -9,56%
  • Tellus Properties Fundo de Investimento Imobiliário (TEPP11): -9,30%
  • RB Capital Renda II (RBRD11): -9,11%
  • Pátria Logística Fundo de Investimento Imobiliário (PATL11) -8,83%

O Suno Notícias elencou as razões que podem ter levado às variações negativas desses fundos. Vale pontuar que esta matéria não configura uma recomendação de investimento.

XPCM11 despenca e lidera quedas dentre os fundos imobiliários

XP Corporate Macaé tombou 22,96% em agosto, liderando as baixa do mês dentre os FIIs. O fundo é de tijolo, ligado a propriedades para escritórios.

O fundo possui apenas um imóvel, na Avenida Prefeito Aristeu Ferreira da Silva, no Bairro Novo Cavaleiros, município de Macaé, localizado a 180 quilômetros da capital Rio de Janeiro.

O monoativo fica fora do eixo corporativo mais movimentado, o que faz com que o preço por metro quadrado praticado seja menor. Além disso, o fundo vem procurando se recuperar após a Petrobras (PETR4) rescindir o contrato e deixar o imóvel, tendo devolvido as chaves em julho.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/10/1420x240-Banner-Home-1-3.png

As partes fecharam uma indenização no valor de R$ 2,71 milhões, para as reformas no imóvel, além de uma multa rescisória de R$ 37,11 milhões, o equivalente a R$ 11,20 por cota, segundo informações do fundo.

No ano, as cotas acumulam uma baixa de quase 40%.

Contudo, ainda assim, haverá pagamento de dividendos. O pagamento será de R$ 0,21 por papel, no dia 15 de setembro.

Movimentações do VISC11 derrubam cota

O Vinci Shopping Centers é um dos principais fundos imobiliários do setor listados na B3.

Além das incertezas, embora pequenas, relacionadas à volta do movimento nos grandes shopping centers no Brasil, o fundo passou por uma particularidade em agosto, fazendo com que o fundo caísse 9,56%.

O fundo assinou um memorando de entendimentos com a Ancar Ivanhoe para comprar participações em quatro empreendimentos, pelo valor de R$ 659,5 milhões. As fatias são:

  • Pantanal Shopping (21,5%);
  • Porto Velho Shopping (49%);
  • Shopping Boulevard (40%);
  • North Shopping Maracanaú (100%).

O negócio perfaz um preço de R$ 11.200/m², com cap rate (relação da renda anual obtida por meio de um imóvel, em relação ao valor pago pelo ativo) estimado de 8% para o próximo ano.

Entranto, para isso, o fundo fará uma nova emissão de cotas, justamente com o intuito de pagar a aquisição. O mercado digere as informações sobre o negócio e teme uma diluição de cotistas, uma vez que a Ancar estará envolvida na subscrição das emissões.

Nesta semana, o fundo anunciou o pagamento de R$ 0,55 por cota no dia 15 de setembro.

TEPP11 cai junto com indústria de fundos imobiliários

A TEPP11 é um fundo imobiliário do tipo tijolo. Seus investimentos são direcionados a propriedades comercias do segmento escritórios.

Atualmente, o fundo possui quatro ativos, todos localizados na área nobre da zona sul de São Paulo, em bairros como Pinheiros e Bela Vista.

Em meados de agosto, o Tellus Properties informou que celebrou um instrumento de distrato ao contrato de locação junto à LSI TEC. A empresa reduziu sua ocupação no Edifício Passarelli, restando como locatária de dois conjuntos no ativo.

Isso fez com que a vacância física do ativo, passando de 2,4% para 7,3%.

Ademais, o fundo também realizou a alteração de alguns contratos com reajuste pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O fundo disse que as mudanças realizadas neste mês forma impactar o TEPP11, no médio prazo, em R$ 0,01.

Varejo pressiona RBRD11

O RBRD11 também é um fundo imobiliário do tipo tijolo. Entretanto, seus investimentos são voltados para propriedades comercias do segmento de varejo. O fundo caiu 9,11% em agosto.

O fundo já é um pouco mais diversificado, com quatro ativos divididos entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

O imóvel carioca ainda está sendo ocupado pela Riachuelo, da Guararapes (GUAR3). O contrato foi fechado no primeiro semestre e durará 120 meses.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Já sobre o imóvel de Natal, a situação é mais apertada. O fundo tem procurado, junto a consultorias, um inquilino para ocupação. Em julho, a vacância física do fundo era de 31,72%.

O cenário desafiador faz com que o fundo enxugue sua distribuição de dividendos. No dia 15 de setembro, o RB Capital Renda II pagará R$ 0,01 por cota.

Balanço do segmento logístico mexe com PATL11

O Pátria Logística é mais um fundo de tilojo da lista, mas ligado ao setor de logística. O fundo possui dois ativos; um no Rio de Janeiro, outro em Minas Gerais.

Em julho, a ocupação física estava em 93%, ao passo que a ocupação financeira estava completa. Os investidores observam com cautela a retomada das atividades presenciais, o que pode impactar o segmento de e-commerce.

Embora o setor esteja muito atrás de grandes economias e tenha um grande espaço para desenvolvimento, segundo especialistas, a tendência é que o comércio eletrônico brasileiro tenha uma desaceleração, ao passo que lojas físicas sejam reabertas e a demanda reprimida por serviços, e não mais bens, seja liberada ao longo dos próximos meses.

Na última quarta-feira (1), o fundo anunciou que celebrou um contrato de compra de um ativo localizado em Jundiaí, interior de São Paulo, por R$ 26,6 milhões. São 9.177 metros quadrados de ABL.

Ele está 100% locado para a AGV Logística, operador logístico ligado ao grupo Femsa, por meio de um contrato atípico.

As cotas do PATL11 recuaram 8,83% e agosto. Nos últimos meses, os papéis recuam 25%, mesmo a relação entre o preço e o valor patromonial na casa de 77%.

Para saber mais sobre como investir em fundos imobiliários, clique aqui.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Jader Lazarini

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno