Em meio ao ciclo de alta da taxa básica de juros da economia (Selic), os fundos imobiliários tiveram um desempenho majoritariamente negativo em maio. O IFIX, principal índice de FIIs da Bolsa brasileira, caiu 1,56% no mês passado.
Contudo, alguns fundos imobiliários fizeram o movimento contrário e encerraram o mês no azul — além da distribuição dos proventos. Dois dos cinco fundos imobiliários que mais subiram no mês são relacionados a lajes corporativas, em meio à retomada da atividade comercial no País.
Outros dois que compõem a lista são fundos de papel, que continuam surfando o bom momento envolvendo a alta dos índices de inflação, aos quais a maioria é indexada. Um fundo relacionado ao ramo educacional também foi destaque no mês.
Confira os principais destaques dentre os fundos imobiliários em maio:
- Fundo Imobiliário Habitat II (HABT11): +3,57%
- FII Rio Bravo Renda Educacional (RBED11): +3,55%
- Fundo de Investimento Imobiliário BB Progressivo (BBFI11B): +3,22%
- FII Continental Square Faria Lima (FLMA11): +3,19%
- Fundo Imobiliário VBI Reits FOF (RVBI11): +2,97%
O SUNO Notícias foi atrás dos motivos que podem ter provocado as variações de preços destes fundos. Vale ressaltar que esta matéria não configura uma recomendação de investimentos.
Fundo de CRIs é o destaque do mês nos fundos imobiliários
O HABT11 é um fundo imobiliário do tipo papel. A gestão do fundo destina os investimentos principalmente para títulos de dívida imobiliária.
Dentre os títulos permitidos, os mais comuns são os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs). Os CRIs são pulverizados, com lastro em financiamento imobiliário de projetos de incorporação, portanto estando expostos ao risco de inadimplência da pessoa física, que é o devedor final.
O HABT11 pagou R$ 1,80 por cota no dia 12 de maio, totalizando uma distribuição de R$ 3,6 milhões com base nas 2 milhões de cotas. O fundo encerrou maio cotado a R$ 126,35, após uma alta de 3,57%.
Segmento educacional em recuperação
O RBED11 é um fundo imobiliário do tipo tijolo. Os investimentos da gestão são focados em empreendimentos do ramo educacional. Além do viés positivo para o investimento em universidades, faculdades, escolas técnicas, o fundo também avalia a aquisição de cotas de outros FIIs.
O fundo tem cinco ativos, espalhados entre São Luís, Mato Grosso e Minas Gerais, área de maior atuação da gestão. Na última segunda-feira, o fundo anunciou o pagamento de R$ 1,03 por cota, que serão creditados no dia 15 de junho. A data-base foi o dia 31 de maio.
O RBED11 encerrou maio negociado a R$ 147,55, após uma alta de 3,55% no mês. Mesmo com o impacto da pandemia, a percepção do mercado é de tendência de recuperação das atividades presenciais.
BB Progressivo avança em maio
A atividades presenciais em escritórios também têm sido gradualmente retomadas, processo refletido no desempenho das cotas do BBFI11B. Ele é um fundo do tipo tijolo, focado em lajes corporativas.
O fundo é constituído por dois ativos. Um deles fica em Brasília, no Edifício Sede I, uma agência bancária. O outro fica no bairro de Andaraí, no Rio de Janeiro. Ambos são locados para o Banco do Brasil (BBAS3).
O BBFI11B encerrou maio negociado a R$ 2.600, após um avanço de 3,22%.
Fundos imobiliários ligados ao setor hoteleiro enfrenta desafios
O FLMA11 também é um fundo do tipo tijolo. Ele possui dois ativos em São Paulo: Continental Square e Hotel Pullman Vila Olímpia. Esse último está fechado, o que pode trazer incerteza à operação do FII.
No dia 14 de maio, o fundo recebeu um comunicado da Hotelaria Accorinvest Brasil, arrendatária e coproprietária do hotel, informando sobre a suspensão e afirmando que pretende retomar as atividades do empreendimento no mês de julho.
A suspensão das atividades do Hotel Pullman Vila Olímpia por quase três meses causará um impacto negativo nas receitas do FII e nas próximas distribuições de rendimentos. Apesar disso, a BR-Capital, administradora do fundo imobiliário, afirmou que ainda não possuía condições de quantificar esse impacto. O fundo possui 75% do hotel.
O FLMA11 encerrou o mês passado negociado a R$ 2,91 por cota, após uma alta de 3,19% em maio.
Fundo de fundos se destaca
O RVBI11, por sua vez, é um fundo de fundos (FOF). O avanço do fundo foi pautado pela distribuição de R$ 0,72 por cota, no dia 17 de maio.
O montante total distribuído foi de R$ 1,03 milhão, com base nas 1,44 milhão de cotas em circulação. O FII tem elevado consistentemente o volume de suas distribuições — em março do ano passado, o pagamento foi de R$ 0,25 por cota.
Além disso, alinhado com as melhores práticas do mercado de governança e transparência, o fundo passou a divulgar no mês passado o histórico de cotas patrimoniais diárias do fundo, bem como a performance diária acumulada das cotas patrimonial e de mercado.
O quinto melhor dos fundos imobiliários de maio encerrou o mês com suas cotas negociadas a R$ 95,57. Os papéis avançaram 2,97% no período.