Setembro foi mais um mês no vermelho para a maior parte dos fundos imobiliários. O IFIX, principal índice de FIIs da Bolsa brasileira, encerrou o período com uma baixa de 1,24%. Contudo, alguns ativos se destacaram e fecharam o mês no positivo.
Os fundos imobiliários que subiram em setembro conseguiram superar o impacto negativo da continuidade do ciclo de alta da taxa básica de juros da economia (Selic). As expectativas do mercado cada vez mais se aproximam dos dois dígitos para o começo do ano que vem.
Além disso, outro fator que impacta diretamente a indústria é a expectativa por inflação. Alguns dos fundos conseguem repassar o aumento dos preços aos inquilinos e, consequentemente, os investidores sentem o pagamento maior. Mas, fundos de tijolo sofrem por não conseguirem ser tão ágeis assim.
Veja os fundos imobiliários que mais subiram em setembro:
- Kinea Renda Imobiliária (KNRI11) +3,40%
- Credit Suisse Hedging-Griff Recebíveis Imobiliários (HGCR11) +3,14%
- Tordesilhas Fundo de Investimento Imobiliário (TORD11) +3,03%
- Urca Prime Renda FII (URPR11) +3,01%
- Riza Terrax FI Imobiliário (RZTR11) +2,65%
O Suno Notícias elencou os motivos que podem ter levado às variações de preços desses ativos. Vale ressaltar que esta matéria não configura uma recomendação de investimento.
KNRI11
O Kinea Renda Imobiliária teve um ano turbulento por causa pandemia, mas ficou entre as maiores altas do IFIX pelo segundo mês consecutivo.
Vale frisar que o KNRI11 é um dos maiores ativos da indústria imobiliária, com quase 240 mil cotistas e patrimônio líquido de R$ 3,82 bilhões.
O valor patrimonial por cota fica em torno de R$ 147. O fundo atua em três estados — São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais –, com 20 ativos.
O FII em questão segue em alta após o avanço da vacinação e ao aumento da mobilidade, que gera maior demanda por imóveis investidos pelo KNRI11 – que são voltados para prédios corporativos e galpões logísticos.
O fundo pagará R$ 0,77 por cota no dia 15 de outubro, conforme divulgado recentemente.
HGCR11 encantou analistas do Itaú
O HGCR11 teve novidades logo no início do mês, com a inclusão na carteira do Itaú BBA.
“Mantemos nossa perspectiva otimista para o mercado imobiliário no médio e longo prazo, mesmo considerando a alta na taxa de juros nos próximos meses, esperamos que os fundos imobiliários continuem com uma boa relação risco retorno ante outras classes de ativos”, consta no documento do banco, rubricado pelos analistas Larissa Nappo e Marcelo Potenza.
Apesar do endosso, ambos afirmaram que os riscos fiscais e as incertezas podem provocar volatilidade no fundo.
“Precisamos acompanhar de perto o movimento na curva longa juros, mas, de forma geral, a situação econômica deve ser analisada em paralelo, pois uma alta de juros acompanhada de uma economia forte pode ser benéfica aos FIIs”, disseram.
O HGCR11 pagará R$ 0,85 por cota no dia 15 de outubro.
TORD11 conta com renúncias da Vórtx e da Hectare
O TORD11 também contou com novidades logo na primeira semana de setembro. À época, a Vórtx Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e a Hectare Capital Gestora de Recursos, respectivamente, administradora e gestora do fundo, informaram que a gestora resolveu renunciar à parcela de taxa de gestão referente aos recursos alocados em investimentos em quotas e ações de sociedades.
Da mesma forma, a gestora do fundo Tordesilhas também renunciou aos fundos de investimentos imobiliários de um modo geral, relativa a agosto, no valor de R$ 264.791.
No seu último relatório gerencial, que data de agosto, o FII destacou que a liquidez média diária foi de R$ 1,05 milhões/dia, uma queda de 4,35% comparada ao mês anterior e o número de cotistas atingiu a marca de 80.505, um aumento de 4,88%.
URPR11
O URPR11, que é um fundo de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) da Urca, também está entre as maiores altas. No fim de julho, a gestora anunciou que seria lançado um fundo composto por imóveis comerciais nos Estados Unidos.
Além disso, recentemente o gestor Leonardo Nascimento, sócio da Urca Capital Partners, afirmou que a gestora estuda novidades para o ano.
“Estamos avaliando lançar mais dois fundos imobiliários até o fim deste ano Um deles poderá ser dedicado a ativos que ainda não geram um fluxo de pagamentos. Ele vai investir em empreendimentos que ainda não chegaram à fase de vendas”, afirmou.
O URPR11 pagará R$ 2,17 por cota no dia 15 de outubro.
RZTR11 encerra lista dos fundos imobiliários
O fundo em questão fechou o ano de 2020 com a aquisição de 8 propriedades, por R$ 457 milhões, o que representam 97% do seu patrimônio líquido.
O FII de imóveis agrícolas, no início do mês passado, também publicou dois fatos relevantes anunciando a compra de duas novas propriedades, localizadas no Mato Grosso.
Um dos imóveis teve custo de R$ 14,5 milhões, com área de aproximadamente 304 hectares, dos quais cerca de 280 são dedicados à agricultura, e o outro custou R$ 57 milhões, localizado em Campo Verde com área total de 1.631,78 hectares, sendo 1.363 explorados por agricultura.
O RZTR11 pagará R$ 0,95 por cota no dia 7 de outubro, e se destaca como a quinta maior alta dentre os fundos imobiliários em setembro.