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Fundos imobiliários e deflação: vale a pena investir? Sócio da CY Capital responde

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Fundos Imobiliários - Foto: Iris Vallejo/ Pixabay

Fundos imobiliários de papel compram dívidas ligadas ao setor imobiliário, com os mais notáveis sendo os de CRIs (certificados de recebíveis imobiliários). Conhecidos por entregarem rendimentos acima da inflação, assumiram um protagonismo no mercado financeiro, com a escalada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021. Agora, com três meses consecutivos de deflação, fica a questão: vale a pena continuar investindo nesse tipo de ativo?

Na visão de Danny Niskier Gampel, sócio e head de Crédito Estruturado da CY Capital, a filosofia por trás dos fundos imobiliários é a de longo prazo, assim como nas ações. “Sempre tentamos oferecer um ganho acima da inflação. Quando a taxa cai, alguns investidores podem querer vender as cotas do fundo imobiliário e investir em outras opções que não estejam indexadas à inflação. Com o aumento da taxa de juros, muitos migram para ativos de renda fixa, que começam a parecer mais atrativos”, observa.

Mesmo com a inflação negativa nos últimos três meses, a gestora do Cyrela Crédito (CYCR11) vê a economia como cíclica, com altos e baixos que acabam impactando os ativos do mercado financeiro, mas a visão deve ser de 10 a 15 anos para frente. “Um fundo imobiliário investe em ativos a longo prazo. Apesar dos três meses consecutivos de deflação, nossos ativos fazem parte de uma visão de 10, 15 anos. Pela base histórica, eles provavelmente terão retornos acima da renda fixa e do CDI”, complementa.

“A Selic está alta hoje e a inflação teve três meses negativos, mas, para outubro, já vemos uma alta, com a última divulgação positiva do IPCA-15 em 0,16%. Mesmo em curto prazo, no cenário para frente e para trás, não é algo permanente. Acreditamos que vale a pena para o investidor ter ativos indexados à inflação no longo prazo no Brasil”, pondera.

Na hora de investir em fundos imobiliários, investidor deve olhar para dividendos

Segundo Gampel, o momento de queda nos preços dos ativos é, sem dúvida, o melhor para o investidor fazer seus aportes. No entanto, é preciso observar se a cota caiu, mas o fundo imobiliário continua pagando dividendos da mesma maneira que fazia antes. Assim, o investidor estará ganhando mais, pelo preço atual da cota. “É uma grande oportunidade para novos entrantes contratarem renda com um preço menor, ganhando mais, proporcionalmente”, explica o especialista da CY Capital.

O investidor que permaneceu no fundo e viu a cota ser depreciada no momento de deflação verá, a qualquer momento de subida da inflação, a alta das cotas novamente.

“O cotista deve ficar de olho nos dividendos a longo prazo na hora de investir em fundos imobiliários, e não tanto no valor da cota. Os preços sempre vão oscilar, principalmente com a política monetária e fiscal, que não temos controle”, diz Gampel.

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