Fundos imobiliários “decolam” na bolsa, mas seguem descontados
Os Fundos Imobiliários (FIIs) têm mostrado um desempenho positivo no mercado, com o IFIX, principal indicador da categoria, fechando março de 2025 com um retorno de 6,14%, atingindo 3.313 pontos. Em abril, a valorização foi de 1,63%. Apesar da alta recente, os fundos seguem negociados com descontos em relação aos seus valores patrimoniais, sugerindo que ainda há muitas oportunidades de investimentos.

Segundo o relatório do GAME11, esse avanço nas cotas ocorre em um contexto onde a taxa básica de juros está próxima de seu pico, conforme indicou a última ata do Copom, que sugere uma desaceleração no crescimento da taxa Selic.
Grande parte dos fundos imobiliários recuperaram a desvalorização dos meses de dezembro do ano passado e janeiro deste ano, mas os descontos seguem.
Segundo os relatórios dos fundos VRTA11 e VRTM11, essa desvalorização está diretamente relacionada à expectativa de aumento da taxa de juros, que impactou o mercado de FIIs como um todo. Neste início de segundo trimestre, são poucas as ofertas de cotas, o que demonstra que ainda a valorização ainda não foi suficiente para os fundos.
Apesar disso, Marcelo Rainho, gestor do IBBP11, comenta que a recuperação das cotas mostra que muitos investidores veem oportunidades de investimento a longo prazo, considerando os preços descontados de alguns ativos.
Os fundos imobiliários ainda estão (muito) baratos
Atualmente, o IFIX chegou a ser negociado em 2025 com desconto superior a 18% em relação ao seu valor patrimonial, conforme indicado no relatório da RBR, responsável pelos fundos RPRI11, PULV11, RBRX11 e muitos outros. O desconto deste ano é inferior ao pico da pandemia, quando a desvalorização em relação ao patrimonial foi de 16%.
Para os fundos de papel, esse desconto bateu a marca de 12%, enquanto os fundos de tijolo apresentaram um desconto de 21%.
Este cenário indica que a percepção de que os ativos estão com preços abaixo do custo de reposição pode levar investidores a enxergar oportunidades atrativas.
Na visão da AZ Quest Panorama, gestora do AZPL11, do lado de fundos de tijolo, há boas oportunidades. Os gestores comentam que quando as taxas de juros estão altas, a tendência é que haja mais e melhores oportunidades de investimento em ativos imobiliários.
Do lado dos fundos imobiliários de crédito, a tendência é que permaneça um cenário em que esse tipo de ativo seja muito atrativo para investidores que busquem uma rentabilidade alta, dado o nível de juros, isento de IR.