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Fundos de investimento ‘perdem’ R$ 17 bilhões em 2022, pior cenário em 5 anos

O volume de emissões no mercado de capitais no mês de julho bateu recordes para debêntures, CRIs, CRAs e FIDCs, segundo Anbima.

O volume de emissões no mercado de capitais no mês de julho bateu recordes para debêntures, CRIs, CRAs e FIDCs, segundo Anbima. Leia mais. - Foto: Tima Miroshnichenko/Pexels

A indústria de fundos de investimento soma um saldo negativo de R$ 17,1 bilhões, segundo dados divulgados nesta semana pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima.

Os dados consideram o acumulado de janeiro a setembro e são o balanço entre o dinheiro que entra nos fundos de investimento e os resgates que são feitos. No comparativo a indústria somou R$ 414 bilhões em captação líquida nesta mesma janela em 2021.

No momento, a aversão ao risco e a preferência pela renda fixa tem sido um dos principais fatores para essa mudança de panorama, segundo Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima.

“O desempenho dos fundos foi impactado por diversos fatores, como a corrida eleitoral, a escalada da inflação, a crescente aversão ao risco e, consequentemente, o aumento da atratividade de produtos de renda fixa isentos de imposto de renda, como os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)”, disse.

Saldo de captação dos fundos de investimento no acumulado de 2022 – Gráfico: Anbima

Separados por classes, os fundos de investimento que tiveram o maior volume de saída de dinheiro foram os multimercados. Essa classe de ativo, segundo a Anbima, perdeu R$ 79,7 bilhões até então. Somente em setembro, foram R$ 10,4 bilhões retirados.

Os fundos de ações tiveram saída de R$ 3,9 bilhões em setembro, totalizando R$ 57,9 bilhões em saques líquidos em 2022.

Já os fundos de renda fixa tiveram resgates de R$ 12,2 bilhões em setembro, mas o saldo de 2022 é positivo, com R$ 94,7 bilhões em captação líquida.

Apesar desse cenário de retração na captação, o número de contas aumentou cerca de 10% em 2022, fechando o período com um volume de 32,7 milhões. Já em 2021, nesse mesmo período, o número de contas era 29,7 milhões.

Segundo a Anbima, os fundos imobiliários foram os principais catalisadores.

Classes de fundos de investimento com mais contas abertas

Rentabilidade dos fundos de investimento

Os dados agregados da Anbima mostram que, no acumulado de 2022, os fundos de renda fixa têm uma rentabilidade próxima à taxa DI, que fechou o mesmo período em 8,9%.

Além disso, praticamente todos os fundos multimercado tiveram retorno positivo nesta janela. Nessa classe, os mais rentáveis foram do tipo long and short neutro, com uma média de 20,6% de retorno no período.

O destaque negativo foram os multimercados de capital protegido, que caíram 10,7%, na média.

Os fundos de ações também tiveram destaques positivos.

Os mais rentáveis foram os fundos que investem em uma só empresa, que retornaram quase 23% nesta janela, ante 20% de alta dos fundos mútuos do FGTS – que são os fundos de investimento que possibilitam investir o FGTS em estatais em processo de privatização.

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