Fundos de ações são uma oportunidade para 2025? Entenda!
Em meio à queda de mais de 10% do Ibovespa em 2024, os fundos de ações apresentaram um desempenho aquém do esperado pelos investidores no ano passado.
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De acordo com um levantamento do Guia de Fundos do Valor, que analisa mais de mil carteiras com histórico de pelo menos três anos, a mediana desta categoria recuou 15,06% no ano passado, o que indica um desempenho ainda abaixo do Ibovespa no período.
Já neste ano, a variação positiva do principal índice acionário da bolsa brasileira também refletiu nos fundos de ações. Acompanhando os ganhos do Ibovespa, parte dos fundos de renda variável também estão acumulando ganhos, como é o caso do AZ QUEST AÇÕES FIC FIA, gerido pela AZ Quest, que subiu 4,32% no primeiro mês do ano, após recuar 5,77% em 2024, e do Fator Ações, que já acumula alta de 6,60% em 2025.
“Esse início de 2025 foi, em certa medida, uma boa surpresa para o investidor de ações no Brasil, com a alta do Ibovespa de 4,86% em janeiro, depois de uma tendência de queda que tinha se iniciado em setembro do ano passado”, destaca Fernando Tendolini, head de renda variável da Fator.
Com o cenário desafiador, vale a pena investir em fundos de ações?
De acordo o head de renda variável da Fator, alguns fatores contribuíram para o desempenho positivo do Ibovespa nos primeiros meses deste ano, como o reconhecimento pelo governo das falhas de comunicação com o mercado financeiro. No entanto, o cenário ainda exige cautela nos próximos meses.
“As semanas adiante podem ser de bastante balanço no ambiente de riscos para os ativos: veremos o início da administração Trump, as medidas de protecionismo, os efeitos da política monetária altamente restritiva na economia brasileira e o novo tabuleiro político depois dos novos comandos nas casas legislativas brasileiras”, analisa Tendolini.
No mercado doméstico, o especialista destaca que o Banco Central deve seguir nos trilhos previamente estabelecidos de alta da taxa Selic nos próximos encontros, o que pode prejudicar a atividade econômica. “É senso comum que os resultados do primeiro semestre de 2025 das empresas deve mostrar desaceleração no ambiente doméstico”, ressalta ele.
Apesar dos desafios, o head de renda variável da Fator aponta que o primeiro semestre pode reunir condições para que muitos desses riscos sejam resolvidos.
O especialista destaca que o mercado de ações costuma antecipar as condições futuras da economia. Assim, quando os efeitos da política monetária restritiva mostrarem seus impactos na dinâmica econômica e, consequentemente, na inflação, a curva de risco pode se alterar para os ativos de bolsa de forma mais concreta.
“A construção de carteiras de ações é um processo que pede antecipação do investidor. A lei de vender caro e comprar barato exige a construção de cenários e, acima de tudo, antecipação. Pode ser um ótimo momento para se construir alocações visando já os ciclos de vetores mais positivos”, afirma Tendolini, destacando um cenário de oportunidades para os fundos de ações.