Como os fundos de ações estão reagindo às mudanças do mercado?
A XP Investimentos divulgou um relatório recente que analisa o posicionamento dos fundos de ações, revelando tendências no comportamento dos gestores diante das oscilações e maior volatilidade do mercado. A análise incluiu 1.065 fundos com uma significativa exposição líquida a ações, totalizando R$ 299 bilhões em patrimônio líquido.

Entre os principais destaques, o setor de Elétricas se destacou com um aumento na exposição para 28,4%, representando um crescimento de 435 pontos-base em comparação ao mês anterior.
Esse nível de alocação está 4 desvios-padrão acima da média dos últimos cinco anos, indicando um forte interesse dos investidores e fundos de ações nesse segmento.
Em contrapartida, a alocação em Bancos apresentou uma leve estabilização após um período de declínio, enquanto setores como Papel & Celulose e Saúde também mostraram um aumento considerável na exposição, superando o desempenho do Ibovespa.
Do ponto de vista estratégico, o relatório destaca uma postura mais defensiva entre os fundos de ações. A exposição a fatores de qualidade cresceu em 540 pontos-base, enquanto a preferência por ações de baixo risco continuou a ser um tema predominante.
Ao mesmo tempo, a alocação em ações de valor caiu significativamente, sugerindo uma mudança nas preferências para ações mais caras.
Fundos de ações da AZ Quest e Fator Asset seguiram a tendência apontada pelo estudo da XP
A AZ Quest, em seu relatório, enfatizou ajustes estratégicos em seus fundos em resposta à volatilidade do mercado.
O AZ Quest Total Return atualmente prioriza a alocação nos setores de Elétricas, Bancos e Utilidade Pública, enquanto mantém posições vendidas em Bens de Consumo, Logística e Transporte. Essa mudança reflete uma abordagem ativa e equilibrada visando otimizar ganhos e mitigar riscos, especialmente em um ambiente incerto.
O AZ Quest Top Long Biased adotou uma estratégia semelhante, ajustando sua alocação para concentrar-se em setores de maior resiliência como Elétricas e Petróleo, enquanto pelo menos 3,95% de queda no mês contrasta com o benchmark IBX-100, que subiu 5,94% no mesmo período.
Por sua vez, a Fator Asset também fez movimentos estratégicos para se alinhar com o cenário econômico atual. O fundo Fator Ações manteve uma alocação de 94%, priorizando setores defensivos, como Utilidades Públicas e Bancos, que representaram 22,3% e 16% do portfólio, respectivamente.
A gestora manteve uma reserva de 7% em caixa, permitindo maior flexibilidade frente à volatilidade do mercado. O foco na seleção de empresas com forte geração de caixa e boas perspectivas de distribuição de proventos se destacou na performance.
Em termos de resultados, o AZ Quest Total Return registrou uma queda de 1,00% em março, com um desempenho acumulado de 13,79% em 12 meses, superando 122% do CDI. Já o Fator Ações encerrou o mês com um retorno de 5,9%, acumulando uma alta de 12% no ano, superando o Bovespa em 3,7 pontos percentuais.